O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, diz que “nos próximos meses” as moratórias vão ser reavaliadas.
“Devemos reavaliar a amplitude, a dimensão, o foco dessas moratórias ao longo dos próximos meses”, disse Centeno no Parlamento, através de videoconferência, acrescentando que as “prestações devidas e que foram adiadas no seu pagamento correspondem a 11 mil milhões de euros. até setembro de 2021”.
Centeno acrescentou que “as moratórias atingem em Portugal uma dimensão muito significativa, muito maior do que a média da Zona Euro e da União Europeia”, defendo que é “um instrumento que se deve manter ativo, mas que deve ir evoluindo e adaptando-se à evolução da crise”.
Centeno disse ainda que, neste momento, “estamos muito confortáveis” e “que o sistema bancário tem todas as condições para acomodar e evoluir no sentido dos prazos que estão estabelecidos”.
Questionado sobre o prémio de desempenho no valor de dois milhões de euros atribuído aos gestores no Novo Banco, Centeno considerou que a iniciativa “não é adequada”.
"Os bancos têm de preservar o capital. Esta medida tem um impacto negativo direto no capital dos bancos. Nesse sentido, e atendendo que, em 2020, se registou uma muito significativa injeção de capital no Novo Banco, não vemos como adequada esta prática, no Novo Banco, em 2020”, disse o antigo ministro das Finanças.
Centeno disse ainda que “face ao desafio que todos temos até ao momento em que se possa dar por declarada a ultrapassagem esta crise, todos devemos ter bastante cautela”.
Mário Centeno foi chamado à Comissão de Orçamento e Finanças (COF).