O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva alertou, esta quinta-feira, a direita e a ala à esquerda do PS que eventuais “coligações negativas” seriam “uma traição ao eleitorado".
O alerta foi lançado pelo governante no encerramento do debate do programa dos Governo, que se realizou no Parlamento entre quarta-feira e esta manhã.
No seu discurso, Santos Silva criticou também diretamente o PSD e o presidente do partido, após Rui Rio ter ontem considerado “arrojado” o aumento do salário mínimo nacional para 750 euros, acusando de “indiferença pelos problemas de fundo”.
O governante lançou também alguns avisos para a esquerda. "Não basta querer avançar: Para avançar sustentadamente precisamos de seguir passo a passo, com prudência e segurança. Não basta invocar o povo: para mobilizar a cidadania e os agentes económicos precisamos de respeitar o equilíbrio entre as instituições, praticar a concertação social, dinamizar a contratação coletiva, seguir, pois, uma linha de negociação, acordo e compromisso", afirmou.
Sem qualquer referência ao novo deputado do Chega, André Ventura, mas depois de falar sobre xenofobia e "nacional populismo", o titular das pastas de Estado e dos Negócios Estrangeiros disse o seguinte às bancadas do PSD e do CDS-PP: "Convém é que, ao contrário de ontem [quarta-feira] e hoje, o centro-direita não se deixe arrastar pela lógica das insinuações, dos ataques pessoais, dos casos e casinhos".
Numa alusão aos discursos proferidos ao longo dos dois dias de debate pelo presidente do PSD, Rui Rio, Augusto Santos Silva lamentou as "obsessões com a justiça, os julgamentos de tabacaria, os ataques à TV pública [a RTP]" e conceções do passado sobre política baseadas em "noivas e enxovais, com uma tia a vigiar".