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O hospital de Beja está sem urgência de ginecologia e obstetrícia por falta de médicos para preencher as escalas do serviço devido ao surto de covid-19 que já infetou 30 profissionais de saúde daquela unidade, foi hoje divulgado.
Entre os clínicos da especialidade de ginecologia e obstetrícia que prestam serviço no hospital de Beja, há dois médicos e uma interna infetados e dois em isolamento profilático, disse hoje à agência Lusa a presidente da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), Conceição Margalha.
Por isso, explicou, o hospital ficou "temporariamente" com "falta de médicos da especialidade para preencher as escalas" do Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia e teve de fechá-lo no domingo às 20:00.
O serviço está fechado "de certeza" até às 08:00 de terça-feira, porque a ULSBA já sabe que até lá não tem médicos para fazer as escalas, disse Conceição Margalha.
A situação do surto está a ser "avaliada" e a ULSBA ainda não sabe quando o serviço poderá reabrir, o que só deverá acontecer quando haver médicos para preencher as escalas, frisou.
Segundo Conceição Margalha, enquanto o Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia estiver fechado, no hospital de Beja não há atendimento da especialidade a utentes provenientes do exterior, as quais serão encaminhadas para os hospitais públicos mais próximos.
No entanto, sublinhou, o internamento na especialidade de ginecologia e obstetrícia mantém-se a funcionar para as utentes já internadas no hospital de Beja.
Segundo a ULSBA, que gere o hospital de Beja, o surto, que foi identificado na passada quinta-feira, quando foram detetados os primeiros seis enfermeiros do bloco operatório infetados, já provocou 30 casos de infeção confirmados entre profissionais de saúde.
Trata-se de 13 enfermeiros, nove médicos, cinco assistentes operacionais, dois assistentes técnicos e um técnico de diagnóstico e terapêutica e todos têm "apenas sintomas ligeiros" e estão em isolamento em casa.
Devido ao surto, a ULSBA reforçou as medidas de segurança e higiene, alargou o rastreio a profissionais e decidiu realizar testes de despiste de covid-19 a todos os funcionários do hospital de Beja, o que já começou e deverá terminar no final desta semana.
No hospital de Beja, à exceção do bloco operatório, onde só há atividade cirúrgica de urgência, e do Serviço de Urgência de Ginecologia e Obstetrícia, que está fechado, as consultas de especialidade e outros atos médicos e de enfermagem e exames decorrem "com normalidade".
A ULSBA refere que os utentes devem dirigir-se ao hospital de Beja "com toda a confiança, mas respeitando e cumprindo as indicações dadas".
Trata-se de indicações relativas ao distanciamento físico, à higienização das mãos, ao cumprimento da hora da consulta ou do exame e, "muito importante", o uso obrigatório de máscara no interior dos edifícios do hospital de Beja.
A situação do surto "está a ser monitorizada" pela Unidade de Saúde Pública, pelo Serviço de Saúde Ocupacional e pelo Grupo de Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos e ao abrigo do plano de contingência no âmbito da pandemia de covid-19 da ULSBA.
Após identificados os primeiros casos, as equipas daqueles serviços "iniciaram de imediato" os procedimentos de avaliação de risco dos colaboradores e o pedido de testes e o isolamento dos casos suspeitos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 33,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo o mais recente balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.957 pessoas dos 74.029 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
EVOLUÇÃO DA COVID-19 EM PORTUGAL