Jorge Teixeira, central que joga no Sint-Truiden, concorda com a proposta de antecipação do fim dos campeonatos submetida pela Liga belga aos clubes daquele país. A Liga vai anunciar decisão a 15 de abril e já conta com oposição da UEFA, que desaconselha a generalização de uma medida que considera injustificada e precipitada.
Em entrevista a Bola Branca, Jorge Teixeira considera que o exemplo, tomado pela inexistência de previsões realistas quanto ao fim da pandemia da Covid-19, deveria ser seguido pelos restantes campeonatos europeus.
"É o melhor e o mais sensato. A pandemia está a evoluir e não será fácil retomar os campeonatos. Mais cedo ou mais tarde, todas as ligas vão ter de tomar uma decisão. E essa é a melhor decisão para todos: jogadores, adeptos e para o mundo do futebol", argumenta o jogador português.
Perante a antecipação do fim da "Jupiler League" e a confirmação de quebra de receitas para os clubes, também na Bélgica o cenário de cortes salariais aos jogadores está já em "modo rascunho". O central português revela a Bola Branca a iniciativa do plantel, que está a finalizar conversações com o clube para um corte de ordenados que já é dado como adquirido.
"Os clubes belgas estão a passar por um mau bocado. Já falámos, entre nós, no grupo dos capitães e estamos a falar com o clube, para ajudar. Nos próximos dias vamos tomar uma decisão mas já é certo que vamos ter um corte no salário", explica.
O título, caso a época não seja retomada, será entregue ao Club Brugge, líder do campeonato à data da suspensão da competição, devido à Covid-19. O Sint-Truiden é 12.º classificado.
Covid-19 na Bélgica, a zona "vermelha" de Sint-Truiden e a "princesa" que vem a caminho da família Teixeira
Com a Bélgica a ultrapassar a barreira das 1.000 mortes e a avançar para perto das duas dezenas de milhar de infetados pelo novo coronavírus, Jorge Teixeira acredita que, depois de alguma displicência no início, o país está agora a cumprir com a exigência do isolamento em casa. Jorge Teixeira tem esperança de que a partir de agora as coisas comecem a melhorar.
"Ao início, as pessoas não aceitaram o isolamento imposto pelo Governo. Os mais jovens saíam muito à noite. Agora, abriram os olhos. As pessoas já entenderam que isto é perigoso e não se tem visto ninguém nas ruas. Aqui na Bélgica, a situação está a melhorar e penso que o pico até já foi atingido. Espero que agora seja a melhorar dia-a-dia", conta.
A zona de Sint-Truiden, onde joga e reside o defesa de 33 anos, é uma das mais afetadas o que leva a uma preocupação extra: a mulher está grávida, de uma menina. E todos os cuidados são poucos para protege quer a esposa quer a filha que vem a caminho.
"O hospital de Sint-Truiden é um dos mais lotados. A situação da minha mulher, que está grávida, é que gera mais precaução. Ela só sai de casa para ir à clínica. Eu é que saio para ir às compras. Treino em casa e, quando saímos, vemos sempre onde colocamos as mãos. Temos de ter cuidado, só isso", conclui.