A Alemanha e a França pedem à Rússia que se junte ao apelo do Conselho de Segurança das Nações Unidas a um cessar-fogo imediato, de 30 dias, na Síria.
A resolução vai ser votada ainda esta sexta-feira e os olhos estão postos na Rússia para saber se a superpotência, aliada do Governo de Bashar al-Assad, usará o seu poder de veto.
O pedido é dirigido a Vladimir Putin por carta, em que são remetentes Angela Merkel e Emmanuel Macron e fontes citadas pela imprensa internacional admitem ainda o reforço desse pedido por telefone, caso seja necessário.
O objetivo é assegurar a passagem de camiões de ajuda humanitária e médica para o enclave de Ghouta, nos arredores de Damasco.
Ghouta é o último bastião dos rebeldes na região da capital. Os rebeldes usam as suas posições no bairro para bombardear com artilharia as zonas leais ao regime. Recentemente o Governo lançou uma campanha de bombardeamento aéreo sobre Ghouta que, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, tem feito mais de 400 mortos, incluindo crianças. Há relatos de ataques a hospitais.
Os bombardeamentos do regime repetiram-se esta sexta-feira. Damasco tem largado panfletos a apelar aos cerca de 400 mil civis que vivem no enclave procurem fugir para zonas controladas pelo Governo.
O regime, com o apoio da Rússia, do Irão e de milícias, parece apostado em aplicar a Ghouta a mesma estratégia que usou para conquistar Alepo oriental, bombardeando os sitiados até se renderem. No caso de Alepo acabou por se chegar a um acordo que permitiu a saída dos rebeldes para outras partes do país, controladas por estes, mas os combatentes de Ghouta dizem não estar dispostos a fazer o mesmo.
A Rússia já deu sinais de abertura ao diálogo. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, exige que os rebeldes deixem de lançar ataques a zonas residenciais. O voto foi, inclusivamente, adiado enquanto decorrem negociações.