A Ordem dos Psicólogos (OP) considera "urgente" que o Programa de Reabilitação para Incendiários (PRI) avance para lá da fase experimental em que se encontra.
Questionada pela Lusa, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) indicou que o programa anunciado pelo Governo, em 2018,ainda não passou de uma aplicação experimental no terreno.
À Renascença, a vice presidente da OP diz que é importante que o programa vá para a frente, até porque entre 17% a 20% dos incendiários voltam a reincidir.
"É importante atuarmos no sentido de prevenir que estas pessoas voltem a repetir o crime. Não é tanto através da pena de prisão, mas mais pela sensibilização que podemos prevenir mais incêndios", apela Renata Benavente.
A responsável aponta que o programa original, feito no Reino Unido, "está cientificamente validado" e com "evidência demonstrada de eficácia".
A vice presidente da OP explica que muitos casos de incendiários estão associados a "défices cognitivos" e que são pessoas "que não têm consciência do impacto do ato".
"Muitos destes incendiários também têm problemas de consumo de substâncias, nomeadamente álcool", refere.
"Em função destas características, terá de ser aferido se têm condições para entrar neste programa", acrescenta, ainda.
Renata Benavente admite também que campanhas de prevenção para a população geral seria "uma boa prática", inclusive para realçar os danos no mundo natural e na sustentabilidade do ambiente.