O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, saudou este domingo as manobras militares conjuntas com a Rússia e anunciou a intenção de Minsk de adquirir armas russas, no valor de quase mil milhões de euros.
Lukashenko assistiu ao decorrer das manobras militares com o código Zapad 2021, denunciadas pela vizinha Polónia, que chamou a atenção para a ameaça que constituem no cenário de tensões entre a Rússia e o Ocidente.
As manobras militares conjuntas Zapad-2021, nas quais participam cerca de 200 mil militares da Rússia, Bielorrússia e outros países, começaram na sexta-feira no campo de treinos bielorrusso Obuz-Lesnovski, tendo sido espalhadas por nove bases militares russas, cinco bases bielorrussas e no Mar Báltico.
"As suas ações durante estes exercícios confirmaram claramente que os exércitos dos nossos países e o povo bielorrusso estão prontos para agir juntos, para garantir a sua soberania e independência", disse Lukashenko, durante a visita ao campo de tiro bielorrusso localizado perto de Baranovitchi.
O Presidente bielorrusso destacou a "importância" dos exercícios militares no contexto da "contínua agressão híbrida do Ocidente contra a Bielorrússia e a Rússia".
"Não podemos relaxar, dada a experiência de 1941", disse o Presidente bielorrusso, referindo-se à invasão da União Soviética pela Alemanha nazi.
Desde que foi sancionado pelo Ocidente devido à repressão a um vasto movimento de protesto, em 2020 e 2021, Lukashenko tem feito uma reaproximação acelerada a Moscovo, apresentando o seu país como o último baluarte da Rússia contra uma possível agressão da NATO.
O Presidente russo, Vladimir Putin, visitará um campo de tiro russo na segunda-feira, para acompanhar as manobras, de acordo com um comunicado do Kremlin.
No início de setembro, o Presidente polaco, Andrzej Duda, assinou um decreto sobre a introdução do estado de emergência por 30 dias na fronteira com a Bielorrússia, antecipando estes exercícios militares.
Putin garantiu que as manobras "não foram dirigidas contra ninguém", quando recebeu Lukashenko em Moscovo, na quinta-feira.
"Não estamos a direcionar os nossos mísseis contra os países vizinhos. Estamos a preparar-nos para defender a nossa terra", disse hoje Lukashenko, citado pela agência de notícias oficial Belta.
Vladimir Putin e Alexandre Lukashenko, ambos no poder há mais de duas décadas, anunciaram na quinta-feira uma série de acordos para aumentar a sua integração económica e "a criação de um espaço de defesa unificado".
Os 28 programas aprovados incluem a criação de mercados únicos nas áreas financeira e energética, e a harmonização das legislações impositivas, aduaneiras e laborais, com o objetivo de construir um "espaço económico comum", esclareceu Putin.
Os dois países pretendem coordenar as suas políticas agrícola e industrial, mas de momento excluíram a criação de uma moeda única.