A pandemia vai obrigar a alterações à cerimónia de entrega dos Óscares, que irá realizar-se presencialmente e em direto de várias salas, além do emblemático Dolby Theatre de Hollywood.
Apesar de ter dado hoje alguns pormenores da cerimónia agendada para 25 de abril - dois meses mais tarde do que é habitual, devido à pandemia de Covid-19 - a Academia Cinematográfica norte-americana manteve o “suspense” em relação às outras salas em que também irá decorrer a cerimónia, que atrai dezenas de milhões de espetadores em todo o mundo.
As famosas estatuetas douradas para os melhores filmes, realizadores e atores serão entregues, na sua 93ª edição, “numa cerimónia sem paralelo”, referiu hoje a Academia, salientando a sua preocupação com a saúde de todos os intervenientes.
Os nomeados para o principal galardão da indústria cinematográfica norte-americana serão conhecidos a 15 de março.
“Para criar o espetáculo vivo que a nossa audiência mundial quer ver, adaptando-nos aos constrangimentos da pandemia, a cerimónia será difundida em direto a partir de múltiplos locais, entre eles o emblemático Dolby Theatre", habitual palco no bairro de Hollywood, Los Angeles, adiantou a Academia.
Apesar das altas expetativas da Academia, a cerimónia terá lugar num ambiente de crise na indústria cinematográfica dos Estados Unidos, onde grande parte das salas de cinema se encontra fechada devido à pandemia, e também com a paragem de muitas das grandes produções que estavam em filmagem.
A solução de realizar a cerimónia em mais do que um palco não é nova, tendo nos anos 1950 os Óscares sido entregues em simultâneo em Los Angeles e Nova Iorque, até que passou a realizar-se exclusivamente na maior cidade do Estado da Califórnia.
A pandemia do novo coronavírus atingiu de maneira particularmente dura a Califórnia, o Estado de longe com mais casos, 3,44 milhões e quase 45 mil mortes.
Mas a Academia, segundo noticiou recentemente a revista “Variety” colocou de parte a realização de uma cerimónia unicamente por videoconferência, e tem vindo a procurar uma solução o mais parecido possível com o original, ou seja, reunindo os convidados numa sala, ainda que com capacidade inferior à lotação.
Ainda que esteja por confirmar de que forma será distribuída a cerimónia pelas diferentes salas de espetáculo, já é conhecido que a montagem do espetáculo estará a cargo de Steven Soderbergh, Stacey Sher, Jesse Collins.
Realizador do filme “Traffic” (2000), galardoado com um Óscar, Soderbergh rodou também "Contagion" (2011), cuja história de um vírus mortal que causa o pânico na população em muito se assemelha à realidade de 2021.