O primeiro-ministro usou, esta segunda-feira, o cantor Salvador Sobral, vencedor do Festival Eurovisão da Canção, como exemplo da criatividade portuguesa.
“Cantando em português, sem que os seus ouvintes em todo mundo tivessem acesso à tradução simultânea, e sobretudo com uma canção onde, mais do que se dizia, a expressão pessoal do sentimento foi a chave daquele resultado, demonstra bem o que hoje tem mais valor neste mundo global: é aquilo que se conseguiu diferenciar pela intrínseca qualidade humana insubstituível pelos robôs que melhoram a nossa produtividade ou insubstituível pela falta de criatividade”, descreveu na abertura da cimeira de negócios de luxo, em Lisboa.
António Costa já tinha falado de artistas plásticos, como Joana Vasconcelos, e dos prémios internacionais de arquitectura atribuídos a Portugal para exemplificar a excelência da criatividade nacional, mas agora lembrou o sucesso no Festival da Eurovisão.
Portugal ganhou no sábado, pela primeira vez, o festival com "Amar pelos dois", interpretada por Salvador Sobral. A final do Festival Eurovisão da Canção foi disputada, em Kiev, por 26 países.
E
o que se quer para os negócios de luxo? Segundo o primeiro-ministro, é importante
conservar a capacidade diferenciadora da qualidade da produção industrial
nacional. “Mas sabemos bem que, tal como a Europa, Portugal para ser competitivo
no mundo precisa de crescer na cadeia de valor: precisamos de ter bons artesãos,
bons operários e excelentes engenheiros”.
Sobre a política nacional nem uma palavra, pois a plateia internacional obrigou a um discurso sobre como é bom investir em Portugal.
Mas o primeiro-ministro teve a ajuda de Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia e actual alto quadro do banco Goldman Sachs. “É um grande país. É um país estável, não tem a polarização que existe noutros países. É seguro. As pessoas são muito hospitaleiras. Claro que o país ainda tem problemas, mas em termos de qualidade de vida e de custo benefício, é certamente um dos melhores países em que viver e em que investir”, caracterizou perante líderes de algumas das maiores marcas mundiais.
A cimeira, organizada pelo jornal britânico “Financial Times”, conta com cerca de 400 os participantes.