Uma nova ronda de negociações com o objetivo de chegar a um cessar-fogo na Faixa de Gaza, em troca da libertação de reféns mantidos pelo Hamas, começa este domingo no Cairo, capital do Egito. O Hamas anunciou este sábado que vai participar com uma delegação, mas Israel não confirmou a presença.
No dia em que a guerra entre Israel e o Hamas, que levou à destruição da Faixa de Gaza pelas forças israelitas, chega aos seis meses, o Hamas volta à mesa de negociações, mediada pelo Egito e outros parceiros internacionais, como o Qatar e os Estados Unidos da América.
Israel anunciou que não tinha ainda decidido se iria participar na nova ronda. Segundo o jornal britânico "The Guardian", o governo israelita está preocupado que as negociações sejam "mais teatro político do que progresso verdadeiro".
O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, disse na sexta-feira que o presidente Joe Biden pediu ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, durante uma chamada na quinta-feira, que mandate os seus negociadores no Egito para que um acordo possa ser alcançado o quanto antes.
Os EUA e seus aliados veem um cessar-fogo como essencial para permitir que mais ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza.
Sob a mais recente proposta, Israel e o Hamas concordarão em realizar um cessar-fogo de seis semanas em troca da libertação de reféns doentes, idosos ou feridos que ainda estão detidos pelo Hamas. As negociações estão bloqueadas há semanas.
Do lado do Hamas, as exigências incluem um cessar-fogo permanente, a retirada das forças israelitas de Gaza, o regresso dos deslocados pelo conflito, e um acordo "sério" de troca de prisioneiros palestinianos pelos reféns israelitas detidos em Gaza.
“Vamos chegar a um acordo para que possamos ter um cessar-fogo em questão de semanas, para que seja mais fácil cumprir as promessas de aumento da ajuda humanitária”, afirmou Kirby.
O porta-voz de Segurança Nacional disse que não há planos para que os EUA conduzam uma investigação independente sobre a morte de trabalhadores de ajuda humanitária da World Central Kitchen.
O exército israelita demitiu dois oficiais, e repreendeu comandantes formalmente depois de uma investigação sobre a morte dos funcionários da ONG em um ataque aéreo na Faixa de Gaza ter descoberto graves erros e brechas nos procedimentos oficiais.