O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, disse, esta quarta-feira, no parlamento aos deputados que uma das prioridades para este ano é a formação dos militares e criar condições de atractividade para chamar os jovens a integrarem as Forças Armadas.
Gomes Cravinho tem por objetivo alargar da experiência que os jovens têm com as Forças Armadas, para além do Dia da Defesa Nacional, “Um elemento novo que estamos a desenvolver em 2020 é um contacto mais prolongado e intenso para os jovens que queiram saber mais sobre as Forças Armadas, a ter a experiência de passar a noite num quartel", disse.
Sem adiantar qualquer número, o ministro disse aos deputados que, no que toca ao recrutamento, há já sinais positivos porque “no ano passado, houve um reforço do número de candidatos".
"Estamos no bom caminho”, rematou Cravinho.
O ministro da Defesa disse ainda aos deputados que uma das prioridades do Orçamento do Estado (OE) para este ano é a valorização dos recursos humanos e a melhoria da formação dos militares. O ministro reconhece que "há muito trabalho a fazer", até para adequar as instalações militares aos dias de hoje porque “não faria sentido para esta geração que nos quartéis não houvesse acesso à internet”.
"Não há 'movimentos zero' nas Forças Armadas"
Noutro plano, em resposta a uma questão do Bloco de Esquerda sobre o surgimento de movimentos inorgânicos na Marinha, o ministro Gomes Cravinho negou a existência de "movimentos zero" no seio das Forças Armadas.
"São só referências na imprensa, não sinto isso nas Forças Armadas. Francamente, são praticamente inexistentes nas Forças Armadas, até porque essas atitudes de se esconderem no anonimato não correspondem à forma de ser dos nossos militares."
Apesar desta convicção, Cravinho admitiu que "há trabalho a fazer" e que é preciso melhorar "as condições de trabalho dos nossos militares".
Sobre as missões no estrangeiro, o minsitro revelou que vão ter no OE 2020 um reforço de verbas até 68 milões de euros. Acabado de regressar de uma visita ao Mali, Cravinho anunciou ainda o aumento do contingente de tropas naquele país: "Vamos enviar uma aeronave que vai ser um contributo grande para as Nações Unidas."
Joao Gomes Cravinho argumenta que é fundamental reforçar a presença para garantir mais segurança a toda a região do Sahel, facto que tem impacto na estabilidade do sul da Europa.