O PSD vai pedir à Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) uma clarificação sobre os preços da energia. Em causa estão as recentes declarações do presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, segundo o qual o preço da eletricidade vai aumentar 40% no próximo mês.
“O PSD entende que, para esclarecer cabalmente toda esta questão, e sabermos realmente, de forma clara e transparente, qual o verdadeiro efeito do mecanismo travão nos preços a pagar por todos os consumidores, sejam eles domésticos, industriais, de contratos fixos, o PSD vai solicitar desde já e de imediato à ERSE que seja feita e publicada de forma transparente, rigorosa e robusta uma análise séria sobre este tema”, anunciou o vice-presidente do PSD, Miguel Pinto Luz, numa declaração aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa.
Pinto Luz criticou ainda a reação do Governo às declarações do presidente da Endesa. O gabinete de António Costa fez saber que foi assinado um despacho determinando que as faturas relativas ao fornecimento de energia pela Endesa aos serviços e entidades do Estado só podem ser pagas após validação pelo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba.
“É uma postura inaceitável, com laivos quase persecutórios, claramente uma intromissão nas regras de mercado, um despacho dirigido a uma empresa e não a quem deveria ser dirigido: aos portugueses, aos consumidores, com soluções para os seus problemas”, diz Pinto Luz.
O social-democrata considera que este despacho “é um atestado de incompetência à administração pública”, por dar “a entender que o senhor primeiro-ministro e o senhor secretário de estado são os únicos capazes de garantir a qualidade do gasto público”.
Já a Iniciativa Liberal (IL) acusa o PS de prepotência e retaliação ao determinar que os serviços do Estado não podem pagar faturas da Endesa sem validação, considerando ser a versão moderna de “quem se mete com o PS leva”.