O cardeal francês Roger Etchegaray morreu, ao final do dia de quarta-feira, a poucoas semanas de completar 97 anos de idade.
O Papa Francisco recebeu a notícia já em Moçambique, onde se encontra em viagem apostólica, e celebrou missa por intenção do falecido, na manhã desta quinta-feira.
Nascido no País Basco francês, Etchegaray foi nomeado arcebispo de Marselha e chegou a ser presidente da Conferência Episcopal francesa.
Foi um colaborador muito próximo de João Paulo II, que o nomeou presidente dos Conselhos Pontifícios para a Justiça e Paz e também para o Conselho Pontifício Cor Unum.
Em 1994, João Paulo II encarregou-o de organizar o grande Jubileu do ano 2000 na Igreja Católica, mas uma das missões mais delicadas que recebeu foi em 2003, quando foi enviado para o Iraque numa última tentativa de impedir a invasão do país por forças americanas.
O esforço foi em vão e o regime de Saddam Hussein foi mesmo deposto, conduzindo a um período de enorme instabilidade em todo o Médio Oriente e a um clima de insegurança para os cristãos daquele país, que na altura eram cerca de 1 milhão de pessoas e hoje estão reduzidos a uma quinta parte desse número.
Em 2010, num incidente em que uma mulher com problemas mentais tentou derrubar o Papa Bento XVI, na Praça de São Pedro, Etchegaray acabou por cair e partir uma anca. Foi visitado no hospital pelo Papa alemão dias mais tarde.
Depois da morte, no dia 3 de setembro, do cardeal Pimiento Rodriguez, da Colômbia, Etchegaray foi, durante cerca de um dia, o cardeal mais velho da Igreja Católica. O cardeal vivo mais velho é agora o padre jesuíta Albert Vanhoye, que fez, em julho, 96 anos, tendo sido nomeado para o cargo por Bento XVI em 2006.