Ainda é cedo para se ter uma ideia do impacte que a nova variante Delta do vírus que causa a COVID-19 vai ter sobre a recuperação económica.
Para já, a recuperação, pelo menos nos chamados países ocidentais, continua a decorrer em muito bom ritmo, incluindo no nosso País.
É certo que países cuja economia é mais dependente do turismo estrangeiro, como é o nosso caso, sofrem já directamente o impacte das novas restrições à circulação de turistas. Mas convém aqui recordar que o turismo interno também tem uma posição importante no sector turístico e que à medida que aumentar a vacinação nos países de origem, mais turistas destes países poderão começar a circular.
Não obsta a que devamos considerar como mais provável que a recuperação do sector do turismo não irá ser da mesma ordem de grandeza da maior parte dos outros sectores. No entanto, pese embora o peso do turismo estrangeiro, a sua não recuperação, embora tendo impacte geral, não impedirá, em princípio, que a recuperação da totalidade da economia seja efectiva e significativa. Mas “em princípio” porquê?
A questão está nas incertezas sobre a evolução da variante Delta e eventualmente doutras que poderão surgir.
Até agora, em Portugal e noutros países, o surto da variante Delta não tem levado os governos a decretar novos confinamentos gerais, confiados - com base factual até ao momento - que, apesar do maior número de infecções, a vacinação evitará tanto um aumento significativo da mortalidade como uma pressão insuportável sobre o sistema de saúde. Se tal opção puder continuar a ser viável a recuperação económica irá continuar. Mas se evolução da variante tornar impossível evitar um novo confinamento geral, a recuperação económica não continuará no mesmo ritmo. Esperemos pois que a vacinação permita continuar com a opção que tem sido a escolhida e que esta se possa tornar progressivamente menos restritiva.