O diretor da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) voltou a avisar que a situação na central nuclear ucraniana de Zaporíjia, sob controlo russo, é crescentemente perigosa, tornando necessário o acesso de peritos da agência para evitar uma tragédia.
“Necessitamos do apoio de todos para que [o acesso de peritos] aconteça. Estamos preparados”, disse o argentino Rafael Grossi num discurso durante a sessão de abertura da conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNNP) que decorre na sede da ONU até 26 de agosto.
O chefe da AIEA recordou que desde há dois meses que uma equipa de peritos está disponível para se deslocar à Ucrânia e analisar a situação em Zaporíjia, mas até ao momento sem obterem autorização. “A inação é inconcebível e enquanto a guerra prossegue”, sublinhou Grossi, para acrescentar ser possível que o conflito provoque “uma tragédia nuclear”, pelo facto de a situação nesta central “ser dia após dia cada vez mais perigosa”.
Zaporíjia, a maior central nuclear da Europa em potência produzida, encontra-se sob controlo das forças russas desde março, e com a AIEA a indicar desconexões frequentes no fornecimento de dados sobre a situação da central.