O ministro das Finanças insiste na importância de redução da dívida e do objetivo de retirar Portugal da lista dos países mais endividados, o que reforça a credibilidade externa do país.
“No ano de 2022 teremos uma dívida inferior à que tínhamos no início da pandemia, seremos dos poucos países a conseguir este feito”, disse Fernando Medina, sublinhando que o objetivo para este ano e os seguintes é “retirar Portugal da lista de países mais endividados”, colocando-o no pelotão de dívida de grandes economias como a francesa.
O ministro das Finanças falava no final de um almoço promovido pelo International Club of Portugal, em Lisboa, no qual respondeu a questões colocadas pelos participantes, admitindo: Se ainda é cedo “para dizer em que lugar ficaremos nesse pelotão”, é certo que Portugal o integrará.
Após uma redução de 10 pontos percentuais, fazendo a dívida recuar de 125% para 115% do PIB em 2022, o Governo projeta nova redução para 2023, ano em que estima que esta diminua para 110% do PIB.
“Até à entrada da pandemia, ocupávamos um terceiro lugar destacado no ‘ranking’ dos países com maior dívida pública da zona euro”, disse o ministro, referindo-se à Grécia, Itália e Portugal, acentuando que o Governo definiu como objetivo para 2022, 2023 e seguintes retirar Portugal da lista dos países mais endividados.
Para Fernando Medina, a importância da passagem do “terceiro lugar isolado” para um “pelotão” em que estão a Espanha, França e Bélgica é de “enormíssimo valor”, porque “Portugal deixa de ser um caso”, e passa a estar num “pelotão acompanhado de ciclistas de calibre como são as economias destes países”.
À margem do encontro questionado sobre eventuais impactos na fatura energética do Estado e dos consumidores com a redução na produção e fornecimento de gás natural da Nigéria, Fernando Medina sublinhou que essa é uma questão que está a ser acompanhada pelo secretário de Estado da Energia, ressalvando contudo que o país tem uma capacidade de abastecimento que tem significado, sendo preciso ver os calendários que irão processar as entregas que estão contratadas.
Sobre a proposta da Comissão Europeia para compras conjuntas de gás, o ministro das Finanças afirmou que Portugal não só acompanha esta medida como se tem batido por uma estratégia de melhoria das interligações dentro do espaço europeu para que na Europa “se possa abrir uma grande porta a oeste, precisamente através de Portugal, através de Espanha”, possa reforçar-se a autonomia energética da Europa.