A CDU ficou "aquém dos objetivos colocados" para as eleições autárquicas, disse este domingo Jerónimo de Sousa, que afastou a possibilidade de abandonar a liderança do PCP.
Na primeira reação aos resultados provisórios e projeções das autárquicas, o líder do PCP admitiu que, "sem prejuízo do resultado nacional, o resultado ficou aquém dos objetivos colocados".
Questionado sobre o facto de estar a comentar as eleições ainda antes de se saber os resultados de várias câmaras importantes para o partido, Jerónimo de Sousa disse que embora esses resultados não estejam ainda fixados, é certo que "houve perdas. Naturalmente pode haver uma ou duas que a CDU recuperou, mas de qualquer forma não foi o resultado que desejávamos".
"Admitimos que queríamos outros resultados, mas quem anda nesta vida sabe que às vezes perde-se", disse ainda.
Em 2017 a CDU conseguiu vencer em 24 câmaras, o que representou uma grande derrota em relação a 2013, altura em que ganhou em 34 autarquias.
Nestas eleições a CDU tinha como grande objetivo tentar recuperar câmaras, com particular destaque para Almada, mas viu essa expetativa gorada com o PS não só a vencer as eleições naquela cidade, como a melhorar a vantagem em relação a 2017, segundo as previsões.
Jerónimo de Sousa recusou ainda que estes resultados se venham a refletir sobre a política nacional, referindo especificamente o Orçamento do Estado para 2022. "Obviamente terá a consideração devida, mas o nosso posicionamento não acaba aí."
Questionado sobre uma eventual mudança na liderança do PCP, Jerónimo de Sousa começou por responder aos jornalistas: "se tiver alguma notícia agradecia".
De seguida, o secretário-geral comunista garantiu que essa possibilidade não está em cima da mesa.
"Por enquanto, daquilo que sei, essa questão não está colocada pelos meus camaradas. Em relação a mim, enquanto houver este envolvimento solidário e coletivo que eles me dão quotidianamente, demonstra que isso não está colocado", frisou Jerónimo de Sousa.