O Conselho Europeu chegou, este domingo, a acordo sobre o Brexit. O anúncio foi feito pelo presidente Donald Tusk, no Twitter.
"O Conselho Europeu endossa o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia. Nessa premissa, o Conselho Europeu convida a Comissão, o Parlamento Europeu e o Conselho a empreenderem os passos necessários para assegurar que o acordo entra em vigor a 30 de março de 2019, para garantir uma saída ordenada", lê-se nas conclusões da cimeira extraordinária desta manhã.
Os 27 aprovaram também a declaração política que estabelece os parâmetros da relação futura entre a UE e Londres, apelando aos britânicos que apoiem a primeira-ministra Theresa May no Parlamento britânico.
Tudo em apenas meia hora. O acordo – um documento com 600 páginas – estabelece os temos da saída do Reino Unido da União Europeia em 29 de março, enquanto a declaração destaca o futuro da relação comercial entre as duas partes.
Em declarações aos jornalistas, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considerou que este é “um dia triste”, porque o Brexit é “uma tragédia” para ambos os lados.
Ainda assim, diz acreditar que “o Governo britânico será bem sucedido em conseguir o apoio no Parlamento britânico”. E se não for? O presidente do executivo comunitário prefere não comentar.
“Eu votaria a favor deste acordo, porque é o melhor acordo possível para a Grã-Bretanha”, acrescentou.
Na opinião do homem que nos últimos 18 meses tem tido em mãos o tratado sobre a saída do Reino Unido, o francês Michel Barnier, “chegou a altura de todos assumirem as suas responsabilidades. Todos”.
E acrescenta: “Vamos manter-nos aliados, parceiros e amigos”.
Um processo “longe do fim”
No Twitter, a Presidente da Lituânia anunciou o acordo, mas com um aviso: o processo de saída “está longe do fim”.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou, por seu lado, que o referendo sobre o Brexit mostra que a Europa precisa de uma reforma e sublinhou que Paris irá forçar o Reino Unido a seguir as regras europeias, nomeadamente em termos ambientais, em troca de um comércio livre.
Já o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, preferiu mostrar-se confiante nas capacidades da sua homóloga britânica para fazer aprovar o documento em Westminster, mas também deixou um aviso: “Isto é o máximo que todos conseguimos fazer. Ninguém sai a perder nem a ganhar”.