A Juventude Socialista (JS) recomendou aos seus militantes o apoio aos candidatos presidenciais "à esquerda", Ana Gomes, Marisa Matias ou João Ferreira, propondo que se envolvam nas respetivas campanhas.
A Comissão Nacional dos jovens do PS, que se reuniu no sábado de forma digital, decidiu "recomendar aos seus militantes analisar, apoiar e envolverem-se nas campanhas dos candidatos à esquerda".
"O espaço político da esquerda está, nestas eleições presidenciais, representado pela socialista Ana Gomes, a bloquista Marisa Matias e o comunista João Ferreira. Os jovens socialistas encontram em cada um deles um percurso de vida com provas dadas na luta contra as desigualdades e as injustiças sociais", argumenta a JS, numa tomada de posição subscrita pelo líder, Miguel Costa Matos.
Lembrando que no final do ano passado o partido deu liberdade de voto aos seus militantes na escolha do próximo Presidente da República, a estrutura que representa os jovens socialistas realça que quer preservar "o espaço de liberdade e cidadania que o PS conferiu aos seus militantes, não colocando ninguém na condição de apoiar uma candidatura de esquerda distinta a uma apoiada pela JS".
A JS salienta igualmente a necessidade de "uma análise política própria do último mandato presidencial, dos desafios que o país enfrenta e da importância de votar à esquerda nestas eleições presidenciais", defendendo que as eleições presidenciais de 24 de janeiro não podem ser desvalorizadas.
Para os jovens socialistas, "esta eleição é diferente de todas as demais, compreendendo candidaturas individuais e pondo em jogo não só programas de governo ou geometrias parlamentares, mas uma visão do mundo e uma visão do Estado democrático e da forma como a Presidência pode dar voz a essas causas e esses valores".
Hoje, mais do que nunca, o povo português precisa de um chefe de Estado que, como dita a Constituição da República Portuguesa, represente a República Portuguesa, garanta a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas. Este é um combate do qual não desertamos", prossegue a nota, que ressalva que "nenhum ato eleitoral está ganho à partida e nenhum candidato deve estar acima de qualquer escrutínio".
Esta estrutura soialista apresenta "15 reivindicações" com vista ao desenvolvimento do país e da democracia, a começar pelo combate ao "populismo de extrema-direita e a sua normalização", a defesa da Constituição e o repúdio por "qualquer revisão constitucional que atente contra o núcleo fundamental" dos direitos, liberdades e garantias.
Entre outras, a JS propõe que seja designado para o Conselho de Estado um jovem com 30 anos, ou anos, com um percurso reconhecimento, que o Presidente da República pugne "pela ética e rigor na atividade política", defenda "a gratuitidade do ensino em todos os ciclos e do Serviço Nacional de Saúde", que adote "como causa a legalização da produção e consumo recreativo de canábis" e, ainda, que lute "pela estabilidade política e social, valorizando o diálogo social e a cooperação institucional".
As eleições presidenciais, que se realizam em plena epidemia de covid-19 em Portugal, estão marcadas para 24 de janeiro e esta é a 10.ª vez que os portugueses são chamados a escolher o Presidente da República em democracia, desde 1976.
A campanha eleitoral decorre entre 10 e 22 de janeiro, com o país a viver sob medidas restritivas devido à epidemia. Concorrem às eleições sete candidatos, Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP) Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).