O Presidente da República anunciou, esta noite, que vai condecorar mais 60 capitães de Abril na próxima semana. Marcelo Rebelo de Sousa defendeu uma vez mais que todos merecem distinção, independentemente do que fizeram antes e depois.
"Serão condecorados todos os capitães até 2024 que de acordo com o levantamento da Associação 25 de Abril de facto tiveram um papel, e foram centenas", disse na Capela do Rato, em Lisboa, durante uma iniciativa sobre a vigília que ali ocorreu em dezembro de 1972, organizada pela Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, comemorações que se irão estender até 2026.
O chefe de Estado referiu que "havia condecorações pontuais, o que parecia muito injusto, uns eram condecorados porque sim e outros não eram condecorados porque não" e considerou que isso "não faz sentido".
"Eu sei como isso é polémico, sobretudo porque há polémica sobre aqueles que estiveram no 25 de Abril e antes tinham tido um passado e depois tiveram um futuro, e não tanto o passado mas o futuro depois suscita controvérsias, mas historicamente estiveram no 25 de Abril, isso é indesmentível e é indiscutível", argumentou, sem nunca dizer nomes, uma referência clara para Otelo Saraiva de Carvalho.
Em 24 de março deste ano, na cerimónia de abertura das comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril, no Pátio da Galé, em Lisboa, o Presidente da República condecorou com a Ordem da Liberdade 30 militares de Abril.
Quando discursou perante a Assembleia da República no 25 de Abril deste ano, Marcelo Rebelo de Sousa enalteceu os capitães de Abril e defendeu que o seu "gesto refundador" deve ser agradecido "pense-se o que se pensar sobre o que foram antes e depois desse gesto".