A proposta que vai contemplar uma solução para os cerca de dois mil clientes do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) deverá ser tornada pública ainda na primeira quinzena de Junho.
Fonte próxima do processo adiantou à Renascença que ficará depois nas mãos dos lesados aceitá-la ou não.
Será uma solução que vai contemplar na sua maioria uma retribuição com valores muito acima dos 50% do capital perdido e, em alguns casos, muito próxima dos 100%.
O grupo de trabalho considera que encontrou uma solução razoável e acredita mesmo que a grande maioria vai aceitar a proposta. Aqueles que rejeitarem terão de continuar a lutar nos tribunais.
Para chegar a esta proposta o grupo teve de contornar muitas questões técnicas. O grande problema foi mesmo encontrar uma solução que blindasse outros credores internacionais e os impedisse de reclamar também as verbas que perderam.
O grupo conseguiu encontrar uma solução para este problema, permitindo que os lesados do papel comercial voltem a ter em mãos boa parte da verba perdida com a resolução do BES no Verão de 2014.
O grupo de trabalho criado para tentar compensar os clientes lesados começou a trabalhar no final de Março e justifica a demora com o "especial cuidado técnico" por causa da complexidade da situação.
Há mais de dois meses que o Banco de Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), um representante do 'banco mau' BES e a Associação de Lesados do Papel Comercial tentam chegar a acordo. Em causa estão 432 milhões de euros.