A comunidade cristã de Qaraqosh, na Planície do Nínive, no Iraque, passou a ter uma escola secundária.
As Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena "conseguiram que a sua escola abrisse oficialmente as portas para a comunidade" no último domingo, revela em comunicado a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.
Esta região foi particularmente fustigada pelos terroristas do Daesh que ocuparam aquela região desde o início de Agosto de 2014 até meados de 2016.
A AIS lembra que "foi um tempo de violência e de trauma. Igrejas, mosteiros e casas dos cristãos foram alvo de destruição e profanação, como se houvesse o intuito de varrer da região qualquer vestígio desta comunidade religiosa".
"Cerca de 120 mil cristãos foram forçados a abandonar as suas terras, num exílio forçado para a zona de Erbil, no Curdistão iraquiano. Também as Irmãs de Santa Catarina de Sena tiveram de abandonar a região. No entanto, as religiosas foram das primeiras pessoas a retornar."
A abertura da Escola Secundária Al-Tahira "é um sinal importantíssimo de esperança para toda a comunidade" e é também "um exemplo do compromisso da Fundação AIS para com os cristãos iraquianos. Embora muitos dos projectos apoiados na região estejam relacionados com a reconstrução de edifícios danificados pelos terroristas, a escola foi construída de raiz onde outrora funcionou o recreio de um estabelecimento de ensino primário também dirigido pelas Irmãs Dominicanas".
O estabelecimento de ensino permite que "a comunidade estudantil local possa agora usufruir de instalações modernas distribuídas por três andares, incluindo três laboratórios científicos, um centro de informática, uma sala de conferências, biblioteca e uma capela".
Após cerca de cinco anos de construção, a escola transformou-se "num dos maiores projetos da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre no Iraque".
Antes de participar na cerimónia, Thomas Heine-Geldern, o presidente executivo internacional da AIS fez questão de sublinhar o envolvimento da Fundação, dizendo que foi "um privilégio ter trabalhado com tantas pessoas e organizações empenhadas em tornar realidade este projeto, nomeadamente a Conferência Episcopal Austríaca".
A AIS esteve envolvida na angariação de mais de 80% dos quase três milhões de euros que foram necessários para a construção da escola.