O avião ucraniano que se despenhou em Teerão na madrugada de quarta-feira pode ter sido abatido por engano pelos sistemas de defesa iranianos, consideram fontes militares americanas.
Segundo um oficial americano, citado pela Reuters, os satélites americanos detetaram o lançamento de dois mísseis terra-ar dois minutos depois de o avião descolar, seguido rapidamente de uma explosão na zona em que se encontrava o aparelho. Os dados, que incluem a deteção de ondas de calor, mostram que o avião estava já em chamas quando caiu, segundo as fontes americanas contactadas pela Reuters, o que vai ao encontro do que disseram testemunhas do acidente.
A bordo do avião estavam 176 pessoas, na esmagadora maioria iranianos e irano-canadianos.
Apesar da suspeita de envolvimento iraniano, os americanos citados pela imprensa dizem acreditar que isso não terá passado de um acidente.
O próprio Presidente Donald Trump disse ter um "mau pressentimento" sobre o que se passou, acrescentando que "alguém pode ter cometido um erro", mas sem entrar em detalhes.
Oficialmente o Pentágono não comentou o assunto mas o responsável da aviação civil no Irão diz que a teoria americana é "impossível" e disse que se tratava de "boatos sem lógica".
"É científicamente impossível que o avião tenha sido atingido por um míssil", disse Ali Abedzadeh.
O avião ucraniano foi abatido horas depois de o Irão ter lançado um ataque contra duas bases militares no Iraque, onde estão aquartelados soldados americanos. O ataque não fez vítimas e o Iraque foi avisado com quase seis horas de antecedência, o que daria tempo para os militares se porem a salvo. O gesto tem sido interpretado como uma forma de o Irão salvar a face sem obrigar Trump a retaliar, tornando a crise ainda mais grave.
A queda do avião carece ainda de explicação, mas o Irão tem recusado entregar as caixas negras à Boeing para serem analisadas, alegando que não o faz por ser uma empresa americana.
Segundo a investigação iraniana, não houve qualquer pedido de ajuda, mas o avião estava a tentar voltar para o aeroporto quando se despenhou.
A Ucrânia, contudo, pediu para que os investigadores procurem provas de utilização de um míssil para abater o avião, levantando suspeitas em relação à Rússia.
[Notícia atualizada às 19h17]