Os profissionais do setor social e os "bombeiros envolvidos no transporte de doentes" começam a receber a terceira dose da vacina contra a Covid-19, anunciou nesta quinta-feira o secretário de Estado e Adjunto da Saúde.
"Temos de continuar a cuidar de quem cuida de nós", afirmou António Lacerda Sales na conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde, nesta sexta-feira.
Na próxima semana, a partir de dia 15, será a vez dos profissionais de saúde – isto, depois de um fim de semana de Casa Aberta para os maiores de 80 anos que ainda não tenham sido vacinados.
A lista dos centros de vacinação em Casa Aberta, de Norte a Sul do país, pode ser consultada no site da DGS.
Na conferência de imprensa partilhada entre Lacerda Sales, Graça Freitas (diretora-geral da Saúde) e o coronel Carlos Penha-Gonçalves, coordenador do núcleo de coordenação do plano de vacinação contra a Covid-19, o apelo foi transversal: vão vacinar-se e tenham paciência se houver tempos de espera mais alongados.
“Não havendo hora marcada, poderá haver alguns constrangimentos e tempos de espera, mas tudo faremos para que quem ninguém fique por vacinar”, garantiu o secretário de Estado, adiantando que “muitas juntas de freguesia estão a organizar o transporte para a população que vive em zonas mais isoladas”.
António Lacerda Sales aconselhou, por isso, as populações com mais dificuldades a entrar em contacto com estas estruturas.
Os centros de vacinação com Casa Aberta vão funcionar entre as 9h00 e as 17h00.
Na mesma conferência de imprensa, o secretário de Estado da Saúde anunciou uma campanha nos meios de comunicação social (rádios, televisões, jornais), que tem como objetivo “apelar ao esforço coletivo” de vacinação.
Recordando o processo que levou à vacinação de 86% da população com as duas doses da vacina, António Lacerda Sales afirmou: “Tivemos uma campanha de vacinação sem precedentes na nossa história, mas estamos noutra fase, em que a vacinação não acontece de forma massiva e, por isso, devemos continuar focados no objetivo primordial que é protegermos o nosso país”.
“As duas doses foram essenciais para darmos um passo em frente na normalidade. A terceira dose, bem como a vacinação da gripe, é crucial para evitarmos dar um passo atrás”, sublinhou.
O governante lembrou ainda que “a pandemia não acabou”, pelo que “temos de ter uma atitude preventiva perante o aumento de casos na Europa, o surgimento de novas variantes e a imprevisibilidade deste processo”.
Norma para recuperados em breve
“Nos próximos dias sairá a regra para a vacinação as pessoas recuperadas”, anunciou a diretora-geral da Saúde nesta sexta-feira.
“A partir daí, pode-se dar início ao processo de vacinação” destas pessoas, acrescentou, em resposta a uma pergunta sobre as muitas pessoas que estiveram infetadas com Covid-19 e ainda não levaram o reforço da vacina.
400 mil doses de reforço
Na mesma conferência de imprensa, o secretário de Estado da Saúde avançou que já foram administradas mais de 400 mil doses de reforço da vacina contra a Covid-19 e um milhão de vacinas contra a gripe.
“Um marco assinalável”, considerou, sem deixar de reforçar o apelo à vacinação, repetido pela diretora-geral da Saúde.
“A gripe pode ser grave e pode conduzir à morte, não é uma doença para se desprezar”, sublinhou Graça Freitas, adiantando que, quem receber o SMS de convocação para a gripe, se quiser e for elegível, pode também logo vacinar-se contra a Covid-19. E vice-versa.
Graça Freitas afirmou ainda que a co-administração das duas vacinas “é segura. É uma prática que dá segurança, mas as pessoas são livres de serem vacinados em dias diferentes”.
Presente na mesma conferência de imprensa, o coronel Carlos Penha-Gonçalves, coordenador do núcleo de coordenação do plano de vacinação contra a Covid-19, adiantou que o plano é vacinar toda a população com mais de 65 anos até dia 19 de dezembro.