O presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família de Portugal. D. Joaquim Mendes, diz que o Encontro Mundial das Famílias, que começa na terça-feira, em Dublin, serve "para celebrar, refletir e rezar a realidade da família”, com casais de todo o mundo e os seus filhos.
“O encontro situa-se num caminho, num processo de receção, de aprofundamento e reflexão da ‘Amoris Laetitia’, e é sempre uma oportunidade para pôr em evidência a força do Evangelho da família”, explica, ainda, o também bispo auxiliar de Lisboa, que diz esperar, em Dublin, uma “experiência forte”.
“Vai ser uma experiência forte que marca profundamente as famílias. A participação nos encontros internacionais impulsiona, dinamiza, impele-nos a envolver e a partilhar”, observa D. Joaquim Mendes, em entrevista à agência Ecclesia.
Os participantes no 9.º Encontro Mundial das Famílias, subordinado ao tema “O Evangelho da família, alegria para o mundo”, vão ser “guiados” pela exortação apostólica que o Papa Francisco publicou depois das duas assembleias do Sínodo dos Bispos dedicados à família.
O presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família, da Conferência Episcopal Portuguesa, adianta que se inscreveram no Departamento Nacional da Pastoral Familiar entre 50 a 60 casais, para além dos filhos.
Mais "experiência pessoal e crescimento”
Ana Oliveira, da Pastoral Familiar do Patriarcado de Lisboa, explicou que desde 2010 ficaram “muito entusiasmados” por existir este tipo de dinâmica para as famílias cristãs”, uma vez que a experiência do casal, enquanto jovens nos grupos juvenis e na Jornada Mundial da Juventude, sentiam “a força que trazia à experiência pessoal e crescimento”.
“Ficamos com vontade e estando reunidas as condições este ano, agora já com mais uma filhota pequenina [três filhos no total], é uma forma de nos ajudar a crescer enquanto pessoas, cristãos e famílias. É também dar testemunho aos nossos filhos, mostrar mais famílias como nós”, desenvolveu.
Já Manuel Oliveira sublinhou a “oportunidade” de ouvir “testemunhos” e conhecer “experiências de outras pessoas” que vão permitir “caminhar de forma mais interessante no caminho de Cristo”.
Ana Oliveira destaca a “oportunidade” de trabalharem primeiro no seu conhecimento e depois na realidade paroquial, por exemplo, como membro da equipa de preparação para o batismo onde recebem “muitos casais que não têm uma vivência pessoal, familiar igual”.
“Temos de trabalhar o respeito e acolhimento sempre na transmissão da Palavra. Acreditamos que este encontro pode trazer ferramentas e força e mensagem para receber melhor estas famílias”, acrescenta.
O Papa Francisco, que vai estar na Irlanda nos dois últimos dias do encontro mundial, a 25 e 26 de agosto, convidou as famílias a serem elas próprias evangelizadoras das famílias.
“Testemunhas do amor de Deus e da sua misericórdia”, contextualiza D. Joaquim Mendes.
Como preparação para o encontro mundial, o presidente da Comissão Episcopal Laicado e Família explica que procuram “envolver as paróquias, os movimentos, as famílias” e traduziram para português as sete catequeses publicadas pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (Santa Sé), que promove o encontro mundial.
No caso da Família Oliveira, Manuel comentou que as catequeses têm um “texto muito interessante” e formato “para ser lido em contexto familiar”, realçando que falam de “fragilidades próprias de uma família”.
A “dinâmica foi feita em casal, com curiosidade pelos mais pequenos”, revela, e Ana Oliveira acrescenta que “a preparação do encontro foi já um encontro” para os cônjuges.
O Encontro Mundial das Famílias começa com um congresso – palestras, workshops, testemunhos e debates – de 22 a 24.
Do programa consta celebração diária de Eucaristia, oração, exposições culturais e apresentações musicais; Este sábado, com a presença do Papa Francisco, tem lugar o Festival das Famílias e o evento termina com a Missa de encerramento, a 26 de agosto.