O Conselho de Administração da Fundação de Serralves esclarece que "não retirou nenhuma obra da exposição" Robert Mapplethorpe: Pictures. Em comunicado, a Fundação Serralves salienta que "desde o início, a proposta da exposição foi apresentar as obras de cariz sexual explícito numa zona com acesso restrito".
O esclarecimento surge na sequência da demissão do diretor artístico do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, João Ribas, na sexta-feira, alegadamente motivada pela retirada de algumas fotografias da exposição.
"Dado o teor de várias das obras expostas e sendo Serralves uma instituição visitada anualmente por quase um milhão de pessoas de todas as origens, idades e nacionalidades, incluindo milhares de crianças e centenas de escolas, a Fundação considerou que o público visitante deveria ser alertado para esse efeito, de acordo com a legislação em vigor", acrescenta a nota enviada à imprensa.
No mesmo documento, a Administração de Serralves diz ainda que a exposição "é composta por 159 obras do autor, todas elas escolhidas pelo curador desta apresentação".
O Bloco de Esquerda pediu a audição de João Ribas e do Conselho de Administração da Fundação de Serralves no Parlamento. O requerimento foi enviado este sábado à presidente da Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.
No requerimento, o bloco considera que a “decisão de alterar a organização da exposição, retirando algumas obras da exposição e, noutros casos, juntando numa mesma sala obras classificadas por critérios desconhecidos como “para maiores de 18 anos”, é inédita em Serralves e suscita a maior perplexidade”.
“O conservadorismo não é critério de avaliação artística, não pode substituir-se à curadoria de uma exposição e um conselho de administração não é um órgão de censura da direção do museu que tutela”, pode ainda ler-se no documento.