Esta semana os alunos voltaram na totalidade às aulas presenciais. Como mãe de uma aluna do secundário, fico muito feliz por podermos regressar a alguma normalidade. Não há aulas online que substituam o ensino presencial, quer na aprendizagem, quer no envolvimento de toda a comunidade escolar e do contacto pessoal com colegas e amigos. Recomendei o que todos os pais devem ter dito: sempre máscara, mão desinfetadas e distanciamento fora da sala de aula.
Quando estão em causa crianças e adolescentes, apenas podemos confiar no bom senso que lhes incutimos e no exemplo que damos e, mesmo assim, sabemos que não é garantia de cumprimento, mas é o que temos.
Neste regresso à escola, quero agradecer profundamente aos professores. Professores que, no último ano, tiveram de se adaptar a uma realidade muito diferente daquela que conhecem e que sempre tiveram como certa. De um dia para o outro tiveram de se reinventar, aprender ou apurar novas ferramentas, manter o programa previsto sem resvalar por aí além, atribuir avaliações com base em metodologias diferentes das tradicionais.
Se manter alunos interessados dentro de uma sala de aula é um trabalho difícil, imaginemos à distância de uma câmara ou microfone. A realidade é muito diversificada e não podemos tomar o nosso exemplo como certo. A minha filha que, frequenta uma escola publica, tem uma boa internet, um quarto só para ela, um computador para suportar com eficácia as ferramentas necessárias. Sabemos que, infelizmente, apesar dos esforços que o estado tem vindo a fazer, nem todas as famílias conseguem garantir as mesmas condições.
Também insisti sempre para que mantivesse a câmara ligada durante as aulas, os professores merecem o respeito e dignidade que uma sala de aulas, ainda que virtual, deve ter.
Não assisti a praticamente nenhuma delas. Quando os nossos filhos estão no secundário é difícil fazê-lo sem que eles se sintam “infantilizados”, alguns pais devem ter passado pelo mesmo, certo?
No entanto, as conversas sobre a escola foram recorrentes: Como a professora de Educação Física se esforçou para que os meninos mantivessem alguma atividade; como a professora de Inglês todos os dias começava as aulas com uma música diferente para que os alunos fossem entrando (acabou por se tornar um momento especial); como a professora de Filosofia usou a atualidade para os desafiar a argumentar de uma forma sustentada. Poderia continuar, sei que do seu lado também terá bons exemplos certamente. Se todos o conseguiram fazer de forma eficaz e conseguida? Claro que não, mas em todas as atividades há fragilidades.
Aos professores que: também são pais com filhos para seguir; tiveram de aprender a utilizar novas ferramentas digitais; se esforçaram por adequar a sua comunicação a esta nova plataforma; tentaram manter o programa de ensino atualizado; foram escrutinados de perto pelos pais, nem sempre com a ponderação desejável; procuraram não deixar para trás nenhum aluno apesar das diferenças; ajudam a educar os nossos filhos. A todos, de coração: Muito obrigada!