O conselheiro de Estado e antigo líder do PSD, Luís Marques Mendes, considerou este domingo “inaceitáveis” as declarações do presidente do Brasil, Lula da Silva, acerca da guerra na Ucrânia.
No seu habitual espaço de comentário, na SIC, Marques Mendes defendeu que é importante que as três figuras do Estado expliquem a Lula durante a visita a Portugal na próxima semana “quem é o agressor e o agredido” na guerra na Ucrânia.
“O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, e o primeiro-ministro, António Costa, deviam, com elegância mas frontalidade, explicar três coisas”, começou por dizer.
Essas três coisas são, no seu entender, que numa guerra “um democrata normalmente condena o agressor e apoia o agredido”, que se não fosse o apoio do Ocidente, “neste momento não existiria uma Ucrânia livre e independente” e que “todos queremos paz, não é apenas ele”.
As declarações surgem após Lula da Silva ter acusado a União Europeia e os Estados Unidos da América de contribuírem para o conflito na Ucrânia.
Marques Mendes afirmou ainda que Luís Montenegro “agiu bem” ao rejeitar acordos com o Chega na sua mais recente entrevista.
“É pena que o PSD tivesse demorado tanto tempo a clarificar a sua posição. Mas é bom que o tivesse feito. É bom para a democracia. A democracia agradece este sentido de responsabilidade. E é bom para o PSD”, afirmou.
O conselheiro de Estado indicou ainda que, apesar das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, não é certo que a atual legislatura dure até 2026.
“Embora eu, pessoalmente, não o deseje, acho que há uma possibilidade séria de eleições antecipadas entre o fim de 2024 e princípio de 2025”, prevê, indicando que tal cenário só não acontecerá se o PS ganhar as eleições europeias.
“Não é fácil, mas também não é impossível. Para isso, a escolha dos cabeças-de-lista não é irrelevante”, disse, indicando que no PSD o nome mais provável é Rui Moreira, enquanto no PS a surpresa pode ser Marta Temido.