O cenário de uma possível saída de Pedro Proença da liderança da Liga de Clubes é, para Guilherme Aguiar, uma incógnita. Em declarações a Bola Branca, aquele que foi o primeiro diretor-executivo da entidade organizadora das competições profissionais assinala que o futebol português atravessa "um clima de golpadas e habilidades".
Os clubes profissionais reúnem, esta quinta-feira, com Pedro Proença. Guilherme Aguiar considera ser complicado adivinhar o que irá suceder, já que os clubes parecem estar sob "o efeito da pandemia".
"Não sei o que é que eles [clubes] pensaram, quando há menos de um ano votaram 90% na recondução do atual presidente da Liga e agora já pedem a sua demissão", questiona o antigo dirigente da Liga.
Guilherme Aguiar fala de falta de coerência, embora compreenda que haja "razões de queixa" para com Proença, que dirige um organismo "sem rumo, sem política definida". Na sua opinião, o atual presidente da Liga é um líder "forte com os fracos e com os fortes, já não é assim tão forte".
O antigo dirigente espera clubes "com alguma na manga", mas fala de "um folclore" de Proença ao antecipar para 6 de junho uma assembleia geral extraordinária. Situações que demonstram que, em vez de se trabalhar para a união, a Liga deixou de ser "uma alcateia de lobos" que se juntava "para se salvar", passando a ser "uma alcateia de hienas, porque cada um chia para seu lado".
Elogios para Fernando Gomes
No meio de tanto mau estar, Guilherme Aguiar elege o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, não como um salvador, pois "o futebol está à beira do abismo", mas como a personalidade que "surgiu no meio desta anomalia".
O ex-diretor executivo da Liga reforça que a posição marcada pelo presidente federativo "foi condutor" num processo que levou a Direção-Geral da Saúde a "engolir alguns sapos" para autorizar jogos, mesmo que à porta fechada.
Sem competição, os patrocinadores e os detentores de direitos televisivos "não pagarão aos clubes" e isso levaria a maioria "à falência total".