O ataque israelita que matou sete trabalhadores humanitários na Faixa de Gaza “não foi um azar”, afirma o chef José Andrés, fundador da organização não-governamental World Central Kitchen (WCK).
Em declarações à agência Reuters, o conhecido cozinheiro espanhol acusa os militares de Israel de, na noite da tragédia, terem visado “sistematicamente, carro a carro”, a caravana onde seguiam os trabalhadores humanitários.
“Não foi uma situação de azar: ‘oops, largamos uma bomba no local errado”, acusa José Andrés, segundo o qual Israel conhecia as movimentações dos elementos da World Central Kitchen.
“Mesmo que não estivéssemos coordenados com eles [Forças de Defesa de Israel], nenhum país democrático e nenhum militar pode atacar civis e trabalhadores humanitários”, afirma o fundador da WCK.
José Andrés só não estava na Faixa de Gaza na altura do ataque, com a sua equipa, porque adiou a deslocação ao território palestiniano controlado pelo Hamas.
Os elementos da WCK foram atacados pelas forças israelitas pouco depois de terem supervisionado a descarga de 100 toneladas de alimentos que chegaram a Gaza por via marítima.
As forças armadas de Israel lá manifestaram “enorme tristeza” pelo incidente que o primeiro-ministro Netanyahu considerou não intencional.
As Nações Unidas anunciaram esta quarta-feira a suspensão dos movimentos noturnos das equipas do Programa Alimentar Mundial, pelo menos, durante as próximas 48 horas, para avaliar as condições de segurança.