​A antiga sede da CGD e a reforma do Estado
28-06-2024 - 06:46

A sede da Caixa Geral de Depósitos inaugurada há trinta anos tinha uma dimensão excessiva para o que a banca moderna necessita. Agora sete ministérios estarão ali instalados, numa inicial mas promissora reforma do Estado.

Há trinta anos abria em Lisboa, entre o Campo Pequeno e a Praça de Londres, a nova sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD). A CGD é o banco do Estado, que detém a totalidade do seu capital.

Neste edifício, construído para ser sede da CGD, passaram a concentrar-se serviços dispersos por quase 30 localidades em Lisboa. O novo edifício era magnífico, mas tinha um pequeno problema: era de excessiva dimensão. De maneira que os gestores da CGD logo procuraram ceder espaço a outras entidades.

A banca em geral perdeu quase metade dos balcões nos últimos dez anos e 20% dos trabalhadores. Pelo seu tamanho a sede da CGD não encaixava no modo de trabalhar da banca moderna. A solução foi sair dessa nova sede e escolher outra de menor dimensão – assim a novíssima sede da CGD situa-se agora no Parque das Nações.

O Estado é proprietário do edifício sede da CGD inaugurado em 1994. Ora o Governo decidiu instalar ali sete ministérios, envolvendo 23 membros do Governo. O que vai permitir uma racionalização dos serviços com a criação de uma secretaria geral única para todos os ministérios ali instalados. Mas ainda fica espaço para ter ali habitação.

Essa racionalização não só poupará dinheiro ao Estado – logo, aos contribuintes – como libertará meios para, nomeadamente, reforçar os serviços de apoio jurídico, moderando o recurso à advocacia privada.

Fez bem o Governo de Luís Montenegro em avançar já com esta inicial, mas promissora, reforma do Estado. Trata-se de um primeiro passo, que só terá pleno sentido se forem dados os passos seguintes na reforma do Estado.