A Premier League anunciou, em comunicado, que acusou o Manchester City de diversas irregularidades financeiras, numa investigação que estará em curso há quatro anos.
Numa longa nota no site oficial, a Premier League detalhou as irregularidades que considera terem sido cometidas pelo Manchester City.
No primeiro ponto, a direção do campeonato garante que o clube não terá "revelado com precisão" a informação sobre o estado financeiro do clube, em particular no que diz respeito a receitas com patrocinios e custos operacionais. Em causa estão todas as épocas entre 2009 e 2018.
Há ainda problemas com os contratos de jogadores e equipas técnicas. Os "citizens" não terão revelado os detalhes completos da remuneração dos treinadores nas épocas entre 2009 e 2013, e dos jogadores entre 2010 e 2016.
A Premier League detalha ainda problemas com o "fair-play financeiro" da UEFA e regras semelhantes aplicadas internamente aos clubes ingleses.
O último ponto destaca que o Manchester City não terá cooperado com a investigação da Premier League, que terá pedido documentos e informação ao clube entre 2018 e a época atual.
A investigação segue para uma comissão própria, que é independente da Premier League e dos seus clubes, e que fará apenas um comunicado após o desfecho da mesma. Segundo a imprensa inglesa, o clube arrisca a dedução de pontos na tabela classificativa, numa altura em que os "citizens" lutam pelo título a par com o Arsenal.
Nos últimos anos foram publicadas investigações no Reino Unido sobre alegados patrocínios fictícios do Manchester City, avaliados em milhões, mas de empresas sem funcionários e rendimentos declarados.
Entretanto, o Manchester City reagiu em nota oficial: "O clube está surpreendido por estas alegadas irregularidades, principalmente depois do material detalhado que fornecemos à Premier League. O clube acolhe de bom grado uma comissão independente para avaliar o assunto de forma imparcial".
O Manchester City foi adquirido em 2008 pelo Sheikh Mansour, dos Emirados Árabes Unidos. Desde então que foi construído um grupo com vários clubes, entre os quais o New York City, Melbourne City, Yokohama Marinos, Girona, Mumbay City, Troyes, Lommel e o Bahia.
Em 2020, a UEFA proibiu o Manchester City de participar nas provas europeias durante duas temporadas e multou o clube em 30 milhões de euros por violação do "fair-play" financeiro entre 2012 e 2016. A suspensão nunca chegou a ser aplicado após recursos do clube.
O City Group não detém qualquer clube português. Em 2020, foi noticiado um alegado interesse num investimento no Portimonense, que não aconteceu.
Após a compra do clube em 2008, o Manchester City tornou-se uma potência do futebol inglês e europeu com forte investimento na contratação de jogadores e treinadores.
Venceu seis vezes a Premier League, incluíndo quatro dos últimas cinco edições. Atualmente, há dois portugueses no plantel: Rúben Dias e Bernardo Silva.