Uma luso-ucraniana denuncia que houve um grupo de russos que intimidou ucranianos para que eles baixassem a bandeira da Ucrânia, durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ2023).
Em declarações à Renascença antes de se iniciar a Via-Sacra, na Colina do Encontro (Parque Eduardo VII), Marta Ivanochko relata um episódio de intimidação por parte de um grupo de russos.
“Começaram a dizer que devíamos baixar as nossas bandeiras. Todas as pessoas estão com bandeiras dos seus países, mas a nós disseram-nos que somos nacionalistas”, denuncia a jovem de 18 anos, que pertence à Cym, uma associação de jovens ucranianos que existe em todo o mundo.
No meio da multidão, com uma bandeira ucraniana ao alto e uns brincos azuis e amarelos, Marta Ivanochko reclama: “Afinal, mostrar uma bandeira, no século XXI, é sinal de nacionalismo?”
“Eu não compreendo”, lamenta esta jovem que na t-shirt que traz vestida tem o rosto de uma criança de cinco anos que morreu na guerra que começou depois da invasão russa, em fevereiro do ano passado.
Esta luso-ucraniana critica ainda a falta de afluência às manifestações organizadas pela Associação de Ucranianos em Portugal, que acontecem todos os meses.
“Não vejo nem 1% das pessoas que estão aqui nas nossas manifestações. Estas pessoas têm voz e podem ser utilizadas não apenas para orar, mas para falar da guerra na Ucrânia”, aponta esta jovem católica.
Apesar das críticas, Marta Ivanochko afirma que “em dez pessoas que encontramos, uma reage mal”, e garante que “o resto são pessoas que nos apoiam”.