A redação do Jornal de Notícias (JM) repudia o não pagamento do salário de dezembro aos trabalhadores do grupo Global Media e promete “formas de luta concertadas”.
Os trabalhadores estiveram esta quinta-feira reunidos em plenário e reagiram, em comunicado, à decisão anunciada esta quinta-feira pela empresa de incumprimento nos salários, alegando uma situação financeira “extremamente grave”.
A redação do JN repudia “os argumentos aduzidos, designadamente o da não concretização do negócio de venda da participação do GMG na Agência Lusa, que não só cobriria apenas o pagamento do subsídio de Natal, como pelo facto de o negócio ter caído por força das afirmações da administração, que anunciou um despedimento coletivo dias antes de assinar a transação”.
Os trabalhadores apelam a Marco Galinha, chairman do Global Media Group, e os outros acionistas, Kevin Ho e José Soeiro, “a pronunciar-se publicamente sobre o estado do grupo, em decadência desde a entrada do World Oportunity Fund, e os danos reputacionais provocados pela atuação dos membros da Comissão Executiva e pelas sucessivas ameaças de falência”.
Perguntam também o que está a Comissão Executiva a fazer “com as receitas que continuam a entrar para o grupo, qual a prioridade nos pagamentos e em que lugar dessa prioridade estão os trabalhadores”.
A redação do JN alerta para os “prejuízos operacionais e a degradação dos conteúdos” provocados pela falta de pagamento aos colaboradores.
O Ministério da Cultura, em comunicado divulgado esta quinta-feira à noite, anunciou que vai reportar a situação à Entidade Reguladora para a Comunicação Social e diz que o grupo Global Media pode, “no limite, desencadear os mecanismos necessários para que o Fundo de Garantia Salarial seja acionado”.