O projecto de recuperação da Igreja e Convento de S. Francisco, em Évora, foi distinguido com o Prémio IHRU 2016, na categoria de “reabilitação de edifício”.
Atribuído desde 1989, o Prémio IHRU - Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, é "o mais antigo a nível nacional" na área do imobiliário, distinguindo as melhores intervenções ao nível da reabilitação urbana.
O presidente do IHRU, Vítor Reis, revelou, na entrega dos galardões, que decorreu em Lisboa., que o prémio vai passar a denominar-se “Prémio Nuno Teotónio Pereira, para homenagear a vida e a obra do reconhecido arquitecto”.
A Igreja de S. Francisco é um dos mais importantes centros religiosos da cidade de Évora. Após obras de recuperação e requalificação - um investimento que chegou aos 4,2 milhões de euros e que contou com o apoio de dinheiros comunitários - o monumento está de cara lavada, há cerca de um ano, altura em que reabriu ao culto. Para trás, ficaram de intensa azáfama para a equipa que tomou conta da obra, por sinal considerada uma das maiores obras de restauro integrado do país.
As obras contemplaram operações de consolidação estrutural, de recuperação de coberturas, reabilitação de espaços, construção de obra nova e conservação e restauro, todas executadas em simultâneo. Envolveu todos os espaços da Igreja e a Capela dos Ossos, contando agora com dois novos espaços abertos ao público.
O Núcleo Museológico conta a história do convento e apresenta uma colecção de Arte Sacra. As Galerias sobre as capelas laterais mostram a vasta colecção de presépios da família Canha da Silva, oriundos de todo o mundo. Todos estes espaços são agora servidos por novas acessibilidades e podem ser visitados todos os dias, das 9h00 às 17h00.
Para o pároco de S. Francisco, cónego Manuel Ferreira, trata-se de um prémio que “reflecte o trabalho de uma vasta equipa desde a primeira hora para levar a bom porto uma obra que não foi fácil, constituindo um enorme desafio para todos os envolvidos”.
Uma das mais belas e históricas igrejas de Évora
Classificado como monumento nacional, o edifício data de 1224, com a instalação do Convento de São Francisco, mas do convento inicial quase nada se conhece, devido às modificações praticamente totais que lhe foram introduzidas no final da Idade Média.
Mais tarde, as crónicas históricas revelam a reconstrução do edifício no início do século XV, ficando com o nome de Igreja de São Francisco, como é conhecida hoje.
No interior da igreja, está localizada a célebre Capela dos Ossos, macabra concepção fradesca completamente forrada por milhares de ossadas humanas recolhidas dos antigos cemitérios da cidade.
Prémios também para Vila Nova de Gaia e Torres Vedras
A requalificação dos edifícios de Vila D`Este, em Vila Nova de Gaia, venceu o Prémio IHRU 2016 na categoria "Reabilitação do Conjunto Urbano", anunciou a organização da iniciativa, referindo que, nesta vertente, foi atribuída também uma menção honrosa ao projecto de requalificação dos edifícios do Bairro do Lagarteiro (10 a 13), na freguesia de Campanhã, no Porto.
Na categoria "Reabilitação ou Requalificação de Espaço Público", o galardão foi atribuído à cidade de Torres Vedras com os projectos de intervenção Polis e de requalificação urbana e ambiental do Choupal e Ermida.
Houve, ainda, duas distinções de Prémio Especial Júri para a requalificação do Museu Municipal Abade Pedrosa e a construção da Sede do Museu Internacional de Escultura Contemporânea, em Santo Tirso, e para a recuperação de uma habitação para turismo no espaço rural Herdade do Carvalho, Nossa Senhora da Vila, em Montemor-o-Novo.
Ainda na categoria "Reabilitação de Edifício", o júri presidido pelo arquitecto João Luís Carrilho da Graça, atribuiu duas menções honrosas aos projectos da Casa do Pinheiro Manso e da Casa Belos Ares - Reabilitação de Unidade Familiar, ambos na freguesia de Ramalde, no Porto.
Na vertente de "Área de Reabilitação Urbana", o júri não elegeu vencedor, mas atribuiu duas menções honrosas à freguesia de Minde, em Alcanena (Santarém), e ao centro urbano de Condeixa-a-Nova (Coimbra).