O pároco de Alepo, na Síria, apela à comunidade internacional para que retire ou suspenda as sanções contra o país “pelo menos para permitir e facilitar a chegada e movimentação da ajuda humanitária”.
“Confiamos na ajuda internacional, estamos todos em choque com o ocorrido. Não bastava a guerra, não bastava a pobreza, agora o terramoto”, declara o padre Elia Karakach Bahjat, em declarações à agência SIR.
Segundo o sacerdote, frade da Custódia da Terra Santa e pároco latino de Aleppo, “há escombros por toda a parte”.
“Os primeiros relatos que temos aqui falam de pelo menos 36 prédios totalmente destruídos com pessoas sob os escombros. A paróquia latina onde estou também sofreu danos, mas no momento não registamos nenhum outro problema crítico”, conta.
O pároco diz que “o choque foi tremendo” e que “as pessoas saíram às ruas em pânico, pelo menos as que conseguiram, muitas, como disse, ficaram encurraladas”.
“Aqui está a chover e faz frio, já vi gente descalça e com roupas leves, de pijama, fugindo em busca de um lugar seguro”, descreve.
Na paróquia foram abertos espaços intactos para abrigar as pessoas e são oferecidas bebidas quentes e algo para comer.
Nestas declarações, o sacerdote fala de “uma grande tragédia” e pede à comunidade internacional que “não abandone o povo sírio”.
“Os deslocados estão a voltar às suas casas para avaliar os danos, não há eletricidade, uma situação dramática. Esperamos que a ajuda chegue a todos os lugares”, conclui.
Também da área Idlib, não controlada pelo regime de Assad, chegam relatos de mortes e destruição.
Em declarações à SIR, o padre Hanna Jallouf, pároco de Knaye, uma das três aldeias cristãs do Vale do Orontes, refere que “nas aldeias do norte, há muitos danos, mortos e feridos”, não sendo possível, para já, fazer um verdadeiro balanço “devido ao alto nível de destruição”.
Um violento tremor de terra de 7.8 na escala de Richter seguido de cerca de 40 réplicas, todas acima de quatro pontos, atingiu esta segunda-feira a Turquia e a Síria.