A presidente da Cáritas Portuguesa está preocupada com a situação dos idosos e das pessoas isoladas, no contexto da onda de calor que atinge Portugal.
“Os idosos têm menos ferramentas para lutar contra um tempo como este, e quem tem menos saúde fica ainda mais prejudicado”, diz Rita Valadas, à Renascença.
“A nossa preocupação são sobretudo as pessoas isoladas e os idosos porque, por norma, estão sempre mais preocupados com os familiares do que com eles próprios e depois não tomam alguns cuidados”, sublinha.
Rita Valadas lembra depois que, o cenário que estamos a viver, pode desviar o foco dos mais necessitados. A responsável considera importante que as pessoas tenham consciência de que se devem manter em casa, e “em zonas frescas” e lembra que “há muitos que não bebem líquidos, o que prejudica a necessária hidratação”.
Além do mais, explica, “depois, eles estando sozinhos se se sentirem mal tem de ter consciência de que têm de dar alguns alertas porque, com a preocupação dos incêndios e de outros riscos também nós não temos a presença de espírito para sermos mais pró-ativos nesta situação”.
A presidente da Cáritas alerta em particular para “aquelas situações de pessoas que não têm acompanhamento regular” e neste contexto, assegura que a Caritas está no terreno “onde de forma capilar” acompanha os comandos distritais de proteção civil”.
“Estamos no acompanhamento das situações, acompanhando os comandos distritais da proteção civil para todas as necessidades que houver, nomeadamente em Leiria onde há uma atenção superior neste momento, mas é a rede toda que está a trabalhar”, acrescenta.
Rita Valadas assegura que “o sector solidário é sempre muito presente” e que “há uma rede que tem que funcionar para proteger”, e “temos tido alguns alertas e temos para já conseguido apoiar naquilo que é necessário”.
Ainda assim, a responsável não nega que há situações “penosas porque tudo quanto obriga a mudar as rotinas naturais é extraordinariamente complexo”.
Por outro lado, conclui, “nós não sabemos como é que as coisas vão evoluir e, portanto, não temos soluções definitivas”. “Vamos ver e vamos acompanhando”.