A China avançou esta sexta-feira com sanções contra a presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, pela sua visita a Taiwan esta semana, que descrevem como uma “escandalosa provocação”.
A passagem de Pelosi pelo território que a China vê como parte do seu território, mas que tem sido governado de maneira independente desde 1949, foi considerada “imprudente” pela própria Casa Branca, com Pequim a entender que as tensões criadas entre China e Taiwan foram “inteiramente causadas” pela governante norte-americana.
“Apesar dos avisos da China e de firme oposição, a presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi insistiu em visitar a região chinesa de Taiwan. Tal constitui uma grave interferência nos assuntos internos da China, prejudica a soberania e integridade territorial da China e atropela seriamente o princípio de uma só China, ameaçando a paz e estabilidade no território”, indicou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em comunicado.
Além de Pelosi, também os familiares mais próximos serão alvos de sanções chinesas, adianta a nota, que não especifica detalhes sobre a natureza dos castigos.
A presidente da Câmara dos Representantes tornou-se a mais alta na linha de sucessão presidencial dos Estados Unidos a visitar a ilha em 25 anos, numa passagem que durou menos de 24 horas. É agora também a mais importante governante norte-americana penalizada por sanções de Pequim.
Quando questionada esta sexta-feira sobre se a sua visita a Taiwan teria feito mais mal do que bem para o território, ao desencadear maciços exercícios militares chineses em redor da ilha e retaliação económica, Pelosi respondeu: “Isso é ridículo.”
"A nossa delegação não procura alterar o 'status quo' na Ásia ou Taiwan", disse Nancy Pelosi, durante uma conferência de imprensa na embaixada dos EUA na capital japonesa, Tóquio, a última paragem numa digressão asiática que também a levou esta semana a Singapura, Malásia e Coreia do Sul, democracias que procurou "celebrar" com a viagem.
Pelosi acusa ainda a China de “tentar isolar Taiwan" e utilizar a visita “como desculpa” para uma demonstração de força, indicando que o seu objetivo era “mostrar respeito aos países visitados”.