O presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) coronel António Mota sublinha que "são absolutamente legítimas" as demissões dos tenentes-generais do Comandante do Pessoal e do Comandante das Forças Terrestres.
"As tomadas de posição dos tenentes-generais são absolutamente legítimas e legais, sendo decisões que apenas a eles respeitam", afirmou o presidente da AOFA, António Mota.
O Exército confirmou o pedido de passagem à reserva do tenente-general Antunes Calçada, Comandante do Pessoal, anunciando que será substituído no cargo, em acumulação, pelo vice-chefe do Estado-Maior do Exército, tenente-general Rodrigues da Costa.
De acordo com a edição electrónica do jornal Expresso, o general decidiu pedir a passagem à reserva por "divergências inultrapassáveis" com o chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, que exonerou os comandantes das cinco unidades responsáveis por alocar efectivos à vigilância dos Paióis Nacionais de Tancos, de onde foi furtado material de guerra, detectado no dia 28.
As mesmas razões estarão na base da decisão do Comandante das Forças Terrestres, tenente-general Faria Menezes, de pedir a exoneração do cargo, segundo o Expresso, na próxima segunda-feira.
Contactado pela Lusa, Faria Menezes confirmou a intenção de solicitar a exoneração do cargo.
O general Rovisco Duarte decidiu exonerar os comandantes até estarem concluídas as investigações internas que determinou. Segundo admitiu numa reunião à porta-fechada com os deputados da comissão parlamentar de Defesa, quinta-feira, esta decisão não foi consensual na estrutura do Exército, disseram à Lusa fontes parlamentares.
Contudo, a decisão foi assumida como um acto de comando que melhor protegia os comandantes na fase das investigações.