Aos 93 anos e apesar de frágil, Bento XVI solidariza-se com o povo croata
15-01-2021 - 11:24
 • Aura Miguel

A Croácia foi atingida por vários sismos em 2020, o último dos quais a 29 de dezembro.

O Papa emérito enviou uma carta ao cardeal Josip Bozanić, arcebispo de Zagreb, para exprimir a sua proximidade e oração pela igreja e por todo o povo da Croácia, atingidos pelo violento sismo de 29 de dezembro.

Bento XVI mostra-se “profundamente comovido” e participa na “dor causada por este facto incompreensível”. Nesta carta enviada há uns dias, o Papa emérito abençoa todo o povo croata e acrescenta: “Com toda a minha casa, rezo ao Menino Jesus para que veja a paixão de tantas pessoas inocentes e ajude a reconstrução do que foi destruído”.

Bento XVI foi ontem vacinado contra a Covid-19, no Mosteiro Mater Ecclesia, onde vive. O seu secretário, arcebispo Georg Gaenswein, garante que, neste tempo de pandemia, o dia-a-dia de Bento XVI não mudou muito, apesar de as visitas terem sido reduzidas.

Frágil, mas lúcido

Entrevistado pelo portal “Vatican News”, Gaenswein revela que “Bento XVI acompanha as notícias que nos chegam pela televisão e partilha a nossa preocupação com a pandemia, com o que está a acontecer no mundo, com as muitas pessoas que perdem a vida por causa do vírus, algumas delas suas conhecidas.”

O secretário de Ratzinger confirma que “do ponto de vista físico, está muito frágil e só pode caminhar um pouco com um andarilho. A sua voz também está fraca. O tempo dedicado ao descanso aumentou, mas continuamos a sair todas as tardes, para os jardins vaticanos, apesar do frio”. E acrescenta outros detalhes da vida no mosteiro: “Todos os dias eu celebro a missa e ele concelebra sentado. Para a oração quotidiana, preparámos-lhe textos ampliados para que possa acompanhar melhor a Liturgia das Horas, e continuamos, como sempre, a fazer as refeições todos juntos.”

Gaenswein descreve ainda a dor de Bento XVI pela morte do seu irmão Georg, pela primeira vez ausente neste Natal, apesar de ele “sentir o consolo do Senhor” e estar certo de que o seu irmão “vive agora no abraço de Deus” e conta que, durante estas festas, ouviram várias vezes a Oratória de Natal de Bach, mas também os CDs dos concertos com cantos natalícios interpretados pelo Regensburger Domspatzen, o coro que Georg Ratzinger dirigiu”.