PSP. Marcelo acusado de "desprezar" polícias pelo líder do sindicato
05-02-2019 - 07:05
 • Renascença

Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia reagiu no Facebook à visita do Presidente da República ao Bairro da Jamaica.

Está instalada a polémica entre a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia e o Presidente da República (PR). O líder sindical ASPP/PSP recorreu às redes sociais para acusar Marcelo Rebelo de Sousa, que ontem esteve de visita ao bairro da Jamaica, no Seixal, de ser o Presidente “de quase todos os portugueses”.

Paulo Rodrigues escreveu um post no seu Facebook onde diz que “menosprezar quem produz segurança no país e nunca ouvir uma só palavra em favor destes profissionais é sinónimo do desprezo completo que o Presidente tem pelos polícias e pela segurança do país”.

“Sinto-me descriminado... Já pedi ao Presidente da República reunião, já pedi que interviesse para resolver questões da Polícia, já o convidei várias vezes, publicamente, para aparecer um dia, sem avisar, e junto com uma patrulha, fazer um turno de serviço e ir resolver ocorrências, ele nunca aceitou. Mas foi ao bairro da Jamaica!”, escreveu o presidente da ASPP/PSP, para quem Marcelo demonstra ser um “PR de quase todos os Portugueses”.

No mesmo texto Paulo Rodrigues lembrou que “se a ideia [de Marcelo] era ver edificações degradadas”, então também poderia ter ido visitar esquadras como “a Calçada da Ajuda em Lisboa ou a Bela Vista do Porto”.

“Em matéria de instalações vergonhosas, ganham à Jamaica”, sublinhou.

Esta visita de segunda-feira, que não constava da agenda do chefe de Estado, foi divulgada posteriormente, através de uma nota na página da Presidência da República. Marcelo Rebelo de Sousa visitou "ao fim da manhã" este bairro no Seixal, no distrito de Setúbal, "tendo estado com dirigentes da associação de moradores e visitado o centro comunitário, onde conviveu com moradores de diversas idades", lê-se nessa nota.

A visita do chefe de Estado acontece 15 dias depois de se terem registado incidentes com a polícia neste bairro, no dia 20 de janeiro, que levaram à abertura de um inquérito pelo Ministério Público.