Gasolina a menos de um euro? Carga fiscal em Portugal não permite
18-01-2016 - 12:16

Há cinco anos que não custava tão pouco encher o depósito. Gasóleo e gasolina estão mais baratos após uma nova descida do preço do petróleo.

Há cinco anos que não custava tão pouco encher o depósito. O gasóleo e a gasolina estão mais baratos, após uma nova descida do preço do petróleo, mas, segundo o antigo secretário de Estado da Energia Nuno Ribeiro da Silva, com a actual carga fiscal, os portugueses nunca vão conseguir comprar gasolina por menos de um euro.

É o primeiro desconto do ano: no gasóleo a queda foi até 3,5 cêntimos e na gasolina chegou aos 4,5 cêntimos.

Nalguns postos, o preço do gasóleo já ronda um euro. E a gasolina vai chegar a este patamar? À Renascença, Nuno Ribeiro da Silva diz que em Portugal esse valor não é alcançável, porque 70% do preço corresponde a impostos.

“Não há hipótese de a gasolina chegar a um euro. Tinha de, praticamente, passar para zero. No preço, em particular da gasolina, o que está a pesar é a componente impostos e taxas”, justifica Ribeiro da Silva, acrescentando que a única hipótese era “se o Governo decidisse alterar a fiscalidade que incide sobre os produtos refinados”.

O antigo secretário defende ainda que o preço da gasolina deve ficar por 1,30 euros, enquanto o gasóleo deverá rondar um euro.

A semana arranca com uma descida dos preços dos combustíveis, como consequência da queda continuada do valor do petróleo.O preço do barril de petróleo Brent, para entrega em Março, abriu esta segunda-feira em baixa no mercado de futuros de Londres, a valer 28,46 dólares, menos 1,6% do que no fecho da sessão anterior.

Equilíbrio de preços começa este ano

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) anunciou esta segunda-feira que espera um “processo de reequilíbrio” do preço do petróleo a começar em 2016 porque a acentuada descida das cotações vai fazer com que a produção dos seus concorrentes, como os Estados Unidos, comece a cair.

Segundo a OPEP, a produção dos países fora do cartel tiveram sete anos de crescimento “fenomenal”, pelo que se espera um abrandamento, o que faria com que a estratégia da organização seja uma meia vitória, apesar de o crude continuar a ser vendido abaixo dos 30 dólares por barril, quando no início de 2014 esteve a 100 dólares por barril.

“A análise indica que o ano de 2016 será orientado para a oferta, em que o processo de reequilíbrio começa”, refere a OPEP no seu relatório mensal de Janeiro.

O mesmo documento indica que a produção não-OPEP nos próximos seis meses “será sensível à baixa enorme dos preços do petróleo, pelo que o seu ponto de equilíbrio não será capaz de tolerar as condições de preço”.