O Benfica "lamenta e repudia" a posição pública assumida pelo Sporting, que defendeu a investigação da relação entre os encarnados e César Boaventura, depois de dois antigos jogadores do Rio Ave terem confirmado, em tribunal, que receberam propostas do empresário para facilitar num jogo contra os encarnados, na época 2015/16.
Cássio e Marcelo, antigos jogadores do clube vila-condense, confirmaram, em Matosinhos, na quinta-feira, tentativas de aliciamento por parte de Boaventura, para, alegadamente, beneficiarem o Benfica. Em comunicado, esta sexta-feira, o Sporting lembrou que tinha requerido "intervenção hierárquica" para que se investigasse "em sede de inquérito" a "relação próxima de César Boaventura com a Benfica SAD".
Também em comunicado, o Benfica "lamenta e repudia a posição pública assumida" pelo Sporting.
"Num aproveitamento gratuito e sem qualquer fundamento ou substância, procurou colar ao Benfica um manto de suspeição em nome da verdade desportiva", escrevem os encarnados, que acrescentam que "ninguém se vai esquecer de que o Sporting CP escapou entre os 'pingos da chuva' ao processo Cashball".
O Benfica questiona o que espera o Sporting ao apontar-lhe o dedo e relembra casos antigos em torno dos leões, entre eles uma suposta tentativa de suborno antes de um jogo na Madeira, com alegado depósito de dois mil euros na conta de um árbitro. Os encarnados também trazem à baila um perdão da Banca ao rival.
"Ninguém se vai esquecer que o Sporting CP, apesar de a toda a hora apregoar princípios e valores (como se fosse algo que se apregoasse), por manifesto incumprimento sucessivo do clube, impeliu os Bancos a concederem-lhe um perdão bancário que ultrapassou os 100 milhões de euros, com claros prejuízos para os contribuintes portugueses e, simultaneamente, com claros benefícios desportivos para o Sporting CP que, desta forma, numa flagrante concorrência desleal, desfrutou de uma evidente vantagem competitiva face aos outros clubes", pode ler-se.
O clube da Luz aponta que o processo em torno de Boaventura já teve várias "contradições públicas", mas mantém-se "pelo menos uma certeza sublinhada pelo Ministério Público": "O que quer que se tenha passado em nenhum momento teve a intervenção do Benfica."