Com o aproximar do verão, muitos refugiados ucranianos no Algarve correram o risco de perder o alojamento, mas a situação já estará resolvida, com o apoio das autarquias
Com a perspetiva de um verão com muitos turistas, os refugiados ucranianos foram alertados pelos proprietários que deveriam libertar essas habitações. Ainda assim, as autarquias já conseguiram dar uma resposta a grande parte destas pessoas.
"A Câmara de Lagos está a usar o parque de campismo e o número de quartos não tem limite. Entretanto, também estão a fazer obras para transformar uma escola primária num local que possa receber cerca de 30 pessoas", conta-nos Roman Prystay, da Associação Ucranianos Portugal – Lagos, que destaca ainda o apoio dado pela autarquia local a estes refugiados ucranianos.
Estão registadas 405 pessoas, sendo que 300 recebem apoio seja com habitação, alimentação ou na colocação dos filhos em escolas e creches.
"Estamos a falar de 60 crianças integradas nas escolas e creches públicas, mais 20 nas creches privadas. Vão abrir ainda mais 20 vagas para crianças nas creches públicas". Para estas famílias, ter onde deixar os filhos é uma grande vantagem porque assim as mães destas crianças podem procurar trabalho durante o Verão, altura de maior procura a sul do país.
Entretanto, em Albufeira o apoio aos refugiados ucranianos é dado através do programa Porta de Entrada, que permite o financiamento das pessoas que têm contrato de aluguer até 50% do pagamento, segundo diz o Padre Andriy Voukunovych, presidente da Associação Alegria de Leste em Albufeira, que também não tem conhecimento de alguém em risco de ficar sem casa.
Apesar da situação estar regularizada, o Padre Adriy Voukunovych conta-nos que muitos ucranianos já voltaram ao país de origem: "Cerca de 1000 pessoas, 50 famílias, que tenho a certeza que já voltaram para a Ucrânia", e o mesmo nos afirma Roman Prystay: "75% de certeza que querem voltar. Sei que na semana passada foram 3 autocarros cheios com 50 lugares cada".
Em Lagos, a alternativa encontrada para realojar os refugiados ucranianos não tem data-limite porque também não há um prazo para o fim da guerra.