Caso não haja moderação no consumo de água, a região do Alto Minho corre o risco de rutura no abastecimento. O alerta é do presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho após o encontro, esta segunda-feira, com os autarcas da região para avaliar o impacto da seca.
Manoel Batista apela, por isso, ao bom senso da população. “É preciso uma racionalização do consumo de água para que não cheguemos a processos de rutura e há risco de isso acontecer”, admite o líder da CIM do Alto Minho
O também autarca de Melgaço reconhece que o cenário que se vive na região, em sequência do impacto da seca, é “delicado” com “níveis de água bastante abaixo” do que seria previsto para a época do ano.
“Em alguns sistemas de abastecimento estamos com níveis de água que só eram supostos no final de agosto ou princípio de setembro. Há captações para produção agrícola que, todos os anos nesta altura têm água, e já estão completamente secas.”
A agravar a situação esteve a falta de planeamento do Governo e das elétricas que, diz Manoel Batista, “não acautelaram” o que seria um ano de seca “mais ou menos previsível”.
“É preciso que a tutela e as empresas de produção de energia hidroelétrica tenham consciência que têm de ter racionalidade na utilização da água. É uma exigência fundamental para os nossos territórios”, avisa o presidente da CIM do Alto Minho.
Integram a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho os municípios de Arcos de Valdevez, Caminha, Paredes de Coura, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo, Vila Nova de Cerveira, Ponte da Barca, Monção e Melgaço.
Portugal vive uma situação de seca severa ou extrema. A situação foi reconhecida oficialmente pelo Governo em junho, com a publicação em Diário da República de um despacho da ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes.