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A questão tem sido recorrentemente utilizada como arma de arremesso nas redes sociais e chegou esta sexta-feira à campanha eleitoral, quando um popular confrontou o primeiro-ministro numa arruada em Lisboa. António Costa, estava de férias durante o grande incêndio de Pedrógão Grande, em 17 de junho de 2017? A resposta é "não".
Na noite em que o fogo deflagrou e já se sabia da existência de vítimas mortais, Costa deslocou-se ao Comando Nacional de Operações de Socorro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Oeiras, para acompanhar as operações.
Na altura, o primeiro-ministro declarou que o incêndio em Pedrógão Grande "é seguramente a maior tragédia" em Portugal nos últimos anos.
Com o fogo ainda ativo, o primeiro-ministro disse aos jornalistas que ainda era prematuro tirar ilações sobre o que estava a acontecer e que o Instituto de Medicina Legal já tinha sido ativado para começar o processo de identificação das vítimas.
António Costa deu conta de uma “situação meteorológica particular a partir das 14 horas” daquele dia 17 de junho de 2017, “com a sucessão de trovoadas secas que terão estado na origem destes incêndios”.
No dia seguinte, o chefe do Governo visitou os concelhos mais afetados pelo incêndio: Pedrogão Grande, Castanheira da Serra e Figueiró dos Vinhos. Em declarações aos jornalistas, apelou aos cidadãos nas áreas atingidas por incêndios que cumpram as ordens das autoridades, nomeadamente de evacuação.
A notícia falsa de que António Costa estava de férias durante o incêndio de Pedrógão, em que morreram mais de 60 pessoas, tem sido frequentemente utilizada como arma de arremesso política nas redes sociais e entre o líder do PSD, Rui Rio, e a campanha socialista.
Durante a crise dos motoristas de matérias perigosas, em agosto deste ano, António Costa referiu-se por três à ausência do líder social-democrata, desvalorizando as críticas de Rui Rio, que acusou o Governo de montar um “círculo mediático”.
Perante as críticas de António Costa de falta de comparência, Rui Rio respondeu em Viseu: "o que está em causa neste caso era eu entrar ou não num circo mediático durante quatro ou cinco dias. Mas o que esteve em causa quando ele pura e simplesmente não interrompeu as férias foi a morte de mais de 60 pessoas", frisou, considerando que aquilo que António Costa disse "foi de infelicidade enorme".
Esta posição do secretário-geral do PSD mereceu um contra-ataque do gabinete do primeiro-ministro.
“Em 17 de Junho de 2017, o primeiro-ministro não estava de férias e no dia 18 de manhã estava em Pedrógão reunido com os presidentes de Câmara dos concelhos mais atingidos. Os presidentes de Câmara da Sertã ou da Pampilhosa, por exemplo, podem confirmá-lo. Os deputados do PSD de Leiria também estiveram com o primeiro-ministro quando visitou o posto de comando”, pode ler-se no texto enviado ao diário.
O gabinete do primeiro-ministro esclarece ainda que “nos dias seguintes", ele coordenou os apoios de emergência e a preparação dos trabalhos de reconstrução” e esteve ainda presente no primeiro funeral das vítimas.
António Costa apenas entrou em período de férias no final do mês de junho de 2017, precisamente quando se deu o roubo das armas em Tancos. Entendeu então que não se justificava interrompê-las.