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O PSD está numa “fase de ajustamento” e o congresso, que se realiza a 16, 17 e 18 de Fevereiro, servirá para clarificar todas as posições. É o que pensa o deputado Ricardo Baptista Leite, que deixa um aviso a quem estiver numa atitude calculista.
Entrou na bancada do PSD em 2011, com Passos Coelho. O que é que espera da liderança de Rui Rio? Apoiou algum dos dois candidatos?
Entrei com Passos Coelho e ele ficará para a história como o primeiro-ministro que nos retirou de uma situação de pré-bancarrota e que criou as condições para o crescimento económico que hoje vivemos. Eu acabei por recusar integrar a campanha de Santana Lopes, porque entendia que Rui Rio reunia melhores condições para, por um lado, permitir que o PSD voltasse a ser reconhecido como um partido de quadros. E que com esses quadros pudesse preparar uma visão alternativa para o país, face ao Governo das esquerdas. Dito isto, a experiência autárquica de Rui Rio traz também uma vantagem, de fazer a política centrada na pessoa, traduzindo uma esperança que sinto no partido…
… na bancada do PSD também sente que há? Vemos Luís Montenegro a posicionar-se, um problema aberto também na liderança parlamentar...
Eu dizia relativamente às bases do partido. O que sinto é que de forma maioritária os militantes estão com o novo líder. Mesmo dentro da Assembleia, há aqui um sentimento da maioria dos deputados de que entrámos num novo tempo. É natural que haja agora uma fase de ajustamento, que é normal. O congresso vai permitir uma clarificação de todas as posições. O fundamental é que o partido, depois, esteja totalmente unido na preparação de uma alternativa que seja credível, realista. O que importa é preparar a próxima década.
Como é que deve ser feita a ponte para a nova liderança, no grupo parlamentar? Tendo ele sido construído pelo anterior líder?
O que Rui Rio tem dito é que tem estiver por bem, genuinamente, é bem-vindo. Quem estiver com calculismos, quem estiver a pensar em daqui a 2, 4 ou 6 anos, deixará de ter condições, porque não é isso que o partido precisa. O que precisa é que tenhamos quadros - militantes, simpatizantes -, que estejam preparados para trabalhar numa nova solução alternativa.
A política de alianças será um dos temas do congresso. Acha que o novo PSD terá mais facilidade em estabelecer consensos com o PS?
Mais importante do que qualquer consenso pós-eleitoral que possa ser estabelecido é prepararmos uma visão alternativa. Temos uma moção global de Rui Rio, que define certas bases, mas que tem que ser feito um trabalho. Temos anos e meio. A seguir às eleições, haverá espaço para todos os diálogos. Mesmo que o PSD ganhe as eleições com maioria absoluta, nada impede que possa discutir a integração de independentes ou pessoas de outros partidos numa solução alargada. A geringonça, se alguma coisa trouxe de boa para o país, foi ter aberto uma Caixa de Pandora, dizendo que tudo o que existia antes como convenção não é válido. Não será sério, se a nossa preocupação é servir melhor o país, excluirmos qualquer cenário.
Prefere um PSD mais próximo do PS ou do CDS?
Prefiro um PSD que em cada momento escolhe o melhor para o país. Identifico-me como alguém do centro. O PSD foi construído no bom senso. Não devemos ser fundamentalistas, por nos tentarem categorizar numa forma ou noutra.