O presidente do CDS considera que a ministra do Trabalho e da Segurança Social não tem condições para se manter no cargo.
“Se o vírus é uma ameaça preocupante, a incompetência desta ministra também, portanto, a sua continuidade em funções é neste momento uma questão de saúde pública”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos à Renascença.
O líder dos centristas reagia assim às de Ana Mendes Godinho ao semanário “Expresso”, em cuja entrevista afirma não ter lido o relatório da Ordem dos Médicos sobre o surto de Covid-19 no lar de Reguengos de Monsaraz, que causou a morte a 18 pessoas.
“Pedimos que se mantenha em férias, como tem estado até aqui, e já não volte; dê lugar a outro e, portanto, se demita”, apelou Francisco Rodrigues dos Santos, concluindo que a ministra “não tem condições para se manter no cargo”.
Numa entrevista publicada neste sábado, Ana Mendes Godinho diz que não leu “pessoalmente” o relatório da Ordem dos Médicos, mas pediu “que o analisassem”. A ministra destaca que esta “é uma valência da Saúde” e que a si lhe interessa mais a perspetiva “estrutural”.
“De qualquer forma, tenho as fontes de informação institucionais próprias de todos os organismos que acompanham a matéria, nomeadamente a Segurança Social”, adiantou.
O presidente do CDS reage assim: “73 surtos ativos em lares, que totalizam cerca de 545 idosos infetados e sobre a estratégia de ministra, cuidando daqueles que estão doentes e impedindo novos focos não se ouviu uma única palavra. Uma semana depois, não há uma explicação, uma leitura de relatório, uma resposta, uma estratégia nem sequer um simples pedido de desculpas”.
Na mesma entrevista, Ana Mendes Godinho fala em aumentar o número de funcionários nos lares, alterar as regras e criar uma linha de apoio.
Ao final da noite deste sábado, o CDS, num requerimento assinado pelos deputados Ana Rita Bessa e João Almeida, pediu, tal como o PSD já o havia feito, a audição urgente da ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social na Comissão de Saúde e na Comissão de Trabalho e Segurança Social. Audição que deverá, pedem os centristas, acontecer "conjuntamente" com as da ministra da Saúde, Marta Temido, e da Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas.
"Infelizmente tem vindo a provar-se, nalguns casos da pior forma, que os utentes dos lares são um dos grupos de maior risco e com uma taxa de mortalidade de Covid-19 muito elevada. O CDS-PP entende ser da maior pertinência que sejam ouvidas a Senhora Ministra da Saúde, a Senhora Ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social e a Senhora Diretora-Geral da Saúde, responsáveis pelos principais e mais diretos agentes no combate à doença Covid-19", justificam os centristas.
[Notícia atualizada às 22h26]