O deputado único do Chega considera que a mensagem de Natal do primeiro-ministro foi "uma decepção" e que António Costa perdeu uma oportunidade para fazer uma "declaração transversal" e de "ambição para o futuro".
"A mensagem de natal do senhor primeiro-ministro é uma deceção e revela, acima de tudo, que nem sequer conhece bem o país que governa", afirma André Ventura numa nota enviada à agência Lusa.
Apontando que acompanhou com "especial interesse" a mensagem do primeiro-ministro, que não foi gravada na residência oficial de São Bento, mas antes na Unidade de Saúde Familiar (USF) do Areeiro, em Lisboa, o deputado advogou que, "visto ter sido feita, pela primeira vez, fora da residência oficial, esperava-se uma declaração transversal, multissetorial e de ambição para o futuro".
"O que tivemos foi uma promessa de reforço orçamental - que aliás já tinha sido anunciada antes - na área da saúde, mas que deixa fortes reservas, visto ser feita pelo mesmo primeiro-ministro que no ano passado definiu um défice de 90 milhões para o SNS [Serviço Nacional de Saúde] e que se transformou em mais de 469 milhões, ou que prometeu médico e enfermeiro de família para todos os portugueses e a situação está longe de ser essa. Muito longe mesmo!", escreveu o também presidente do Chega na nota.
Considerando que "esta mensagem natalícia revelou-se uma enorme deceção", Ventura criticou que não tenha sido dirigida "nem uma palavra sobre a confusão que se vive na educação, nas forças de segurança ou mesmo sobre a tão prometida reforma no combate à corrupção".
"Talvez isso não interesse ao primeiro-ministro e ao Partido Socialista, mas são temas que preocupam verdadeiramente os portugueses", assinalou o deputado do Chega, apontando que, "pelo menos na época natalícia, o primeiro-ministro deveria ter a coragem de informar e abordar os assuntos de que escapa a responder no parlamento".
O primeiro-ministro, António Costa, endereçou na noite de quarta-feira aos portugueses uma mensagem de Natal, e, no seu discurso de cerca de cinco minutos, destacou como prioritário para Portugal a saúde, sublinhando uma mensagem de "confiança e de compromisso de mais saúde", com mais autonomia para os hospitais, alargando o número de médicos de família e um reforço de verbas no setor no Orçamento do Estado para 2020.