A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) suspendeu as greves agendadas para os dias 23, 24 e 25 de novembro.
A decisão foi tomada numa reunião do Conselho Nacional da Federação, "após cuidada avaliação do contexto atual de crise política, condicionada pela não aprovação do Orçamento do Estado para 2022".
Em comunicado, a FNAM acrescenta que quer "deixar bem claro que a degradação das condições do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e das condições laborais dos médicos mantém-se como um problema grave e com necessidade de resolução urgente".
A Federação adianta que todas as atividades de denúncia e de exigência de defesa dos direitos laborais dos médicos se mantêm e assegurou que envidará todos os esforços de esclarecimento junto das forças políticas e da sociedade civil, neste período de auscultação democrática da população.
Por outro lado, a FNAM assume, desde já, que exigirá uma negociação do seu caderno reivindicativo a qualquer Governo que venha a resultar das próximas eleições, com caráter urgente, e ressalva que não hesitará em retomar, em qualquer momento, as medidas de luta que se venham a revelar necessárias.
O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) espera que a desconvocação não faça esquecer os partidos dos reais problemas da classe. Roque da Cunha revela que vão solicitar reuniões com os partidos, já a partir de segunda-feira, “para que o apoio e o investimento ao Serviço Nacional de Saúde seja efetivo e explicarmos as necessidades dos médicos, de forma que nos programas eleitorais já constem medidas concretas de forma a impedir a degradação dos últimos anos”, explicou à Renascença.
O Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) foi chumbado em 27 de outubro e, na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou a dissolução do Parlamento e a convocação de eleições legislativas antecipadas para 30 de janeiro.